Áudios exclusivos apurados pelo jornalismo do TH+ Portal relatam ameaças e coações contra alunos e profissionais de apoio por parte de dois diretores da Escola Municipal Profª Maria Inês Vieira Machado, localizada na zona Leste de Ribeirão Preto.
Segundo o relato da mãe de um aluno de nove anos, cuja identidade será preservada, o estudante, durante a brincadeira pega-pega, acabou escorregando e atingiu uma outra aluna da escola, que já estava com um machucado no corpo, causando uma nova ferida por incidente. O caso aconteceu em 1 de outubro.
Na sala da diretoria, o responsável, diante da situação, teria dito ao estudante: “você é o próximo que vou chamar o Conselho Tutelar. Na próxima vez que você vier para a minha sala, sua mãe não precisa nem vir na escola, quem vai te levar embora é o Conselho Tutelar”.
“Ele (diretor) tanto fala em cuidado com as crianças… eu queria saber como é o cuidado com as crianças com tanta ameaça?”, continua a mãe, que afirmou ter registrado um Boletim de Ocorrência contra os gestores do colégio público.
Em outro caso, uma profissional de apoio, cuja identidade também será ocultada, afirmou ser tratada “como lixo”. “Eles não tratam como colega de trabalho, eles tratam como lixo. Eles não têm educação para falar com a gente, não tem horário de almoço – é a hora que eles querem, horário de entrada e saída. Se o seu horário é às 9 horas, eles mandam entrar às 7 horas. Se vai questionar isso, eles falam que quem mandam são eles”, alegou.
A mesma contratada ainda disse que, quando questionados sobre as condições, os gestores responsáveis retrucaram: “se não está feliz, que peça as contas”. “Hoje, estou desempregada”, continuou a denúncia.
Em outra denúncia, envolvendo a mesma dupla gestora, uma outra profissional afirma ter sido demitida após denunciar uma outra contratada por comportamentos descabidos. “Ela era privilegiada. Fazia substituição, saía para almoçar com a diretora e não voltava”, acusou.
A proibição do uso dos banheiros pelos alunos após o intervalo também é acusada. “Isso eu falo porque eu presenciei várias e várias vezes”, terminou a denunciante.
Outro lado
Na íntegra, confira o posicionamento da Prefeitura de Ribeirão Preto, através da Secretaria da Educação, sobre as denúncias:
“A Secretaria da Educação informa que, diante das denúncias e ocorrências relatadas na EMEF Profª Maria Inês Vieira Machado, tem atuado em diversas frentes junto à gestão escolar para orientar, encaminhar e buscar formas de organizar regras e melhorar o atendimento a alunos, professores e funcionários.
A Gerência de Ensino Fundamental realizou uma reunião no dia 22 de setembro com um dos gestores da unidade, na sede da SME, para alinhamentos gerais, com ênfase nos aspectos pedagógicos e na garantia do acesso e permanência dos estudantes de forma organizada e transparente. Na ocasião, foi destacada a necessidade de revisar a comunicação sobre o uso de banheiros, outros espaços da escola e o relacionamento com os professores. A Supervisão de Ensino também participou da reunião, a fim de contribuir com o embasamento legal dos temas tratados.
O gestor esteve ainda em reunião com representante da Gestão Democrática, que, juntamente com a Gerência de Ensino Fundamental, visitou a unidade escolar no dia 29 de setembro. Nesta data, foram identificadas demandas estruturais e organizacionais. Também foi prestada orientação quanto ao funcionamento do Conselho de Escola.
E, no dia 2 de outubro, o gestor retornou à Secretaria da Educação para tratar de novas orientações com a Supervisão de ensino. Já na manhã desta sexta-feira, 3 de outubro, uma equipe da SME esteve novamente na EMEF Profª Maria Inês Vieira Machado para acompanhar a rotina escolar, tanto com a gestão quanto com os professores”.
