No dia Nacional da Saúde, comemorado no último dia cinco de agosto, a automedicação foi o tema discutido que ainda preocupa os especialistas. No Brasil, o consumo negligenciado de medicamentos é uma prática muito comum, influenciada por dicas dos amigos, familiares, buscas simplificadas na internet e por remédios populares que estão sempre na lembrança dos consumidores. Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, cerca de 77% dos brasileiros fazem uso de medicamentos sem orientação médica.
No ano de 2018, o Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação (ICTQ) realizou um levantamento que indicou os medicamentos mais comuns que são consumidos de forma equivocada, sem prescrição médica. Entre os principais estão os analgésicos, os anti-inflamatórios, os relaxantes musculares, os antitérmicos, os descongestionantes nasais, os expectorantes, os antiácidos e os antibióticos.
O farmacêutico e professor do IDOMED (Instituto de Educação Médica), Antônio Neto, comenta que, por questão de comodidade, muitas pessoas acabam se automedicando e, na maioria dos casos, sequer seguem a posologia correta. Nesses casos, o indicado é que, mesmo com sintomas leves, se procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para receber atendimento médico.
Os riscos
O especialista reforça que, mesmo os remédios que não exigem prescrição médica, quando ingeridos de forma inadequada, podem causar efeitos colaterais como reações alérgicas, resistência no organismo, dependência e intoxicação. Outro perigo é quando o paciente tem uma impressão, mesmo com a prescrição e uso inicial correto, que o tratamento está ineficaz, levando ao aumento da dosagem na hora do consumo.
“Os Mip’s (Medicamentos Isentos de Prescrição) como, por exemplo, os anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, dipirona, paracetamol e nimesulida), podem ser utilizados para tratar os sintomas gripais, porém, se consumidos de forma frequente, podem causar gastrite medicamentosa, além de problemas renais e vasculares. Por isso, a importância de saber a quantidade correta de utilização”, acrescenta o professor do IDOMED.
Antônio reforça que, os sintomas, mesmo sendo tênues e mais simples, exigem atendimento de um profissional da área da saúde para a indicação e o acompanhamento do tratamento correto em cada caso.