Wagner Rodrigues movimentou mais que o dobro de propina declarada em delação, aponta Gaeco

Além do crime de ocultação, ele também deve responder por lavagem de dinheiro

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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) divulgou, nesta terça-feira (9), que o delator e ex-presidente do Sindicato dos Servidores de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, mentiu às autoridades sobre o valor que movimentou como propina em um dos esquemas de corrupção desmascarados pela Operação Sevandija. Horas antes do anúncio, ele foi preso pela Polícia Federal em São Paulo. Veja o momento.

Segundo os promotores da instituição, Rodrigues recebeu aproximadamente R$ 2,6 milhões em dinheiro ilícito, entre 2013 e 2017. O problema é que, durante a delação, ele afirmou ter ganhado ‘apenas’ R$ 1,2 milhão. A diferença apontou uma movimentação superior ao dobro do declarado.

Foto: Reprodução.

No procedimento em questão, o réu colaborou com as investigações passando informações úteis que, aliadas a outros dados, culminaram nas condenações da ex-prefeita Dárcy Vera e dos advogados Marco Antônio dos Santos, Sandro Rovani e Maria Zuely Librandi. Todos tiveram penas entre 14 e 18 anos, em regime fechado, com exceção de Rodrigues, condenado a 11, a serem cumpridos em prisão domiciliar.

Além do crime de ocultação, ele também deve responder por lavagem de dinheiro. Dados obtidos pela promotoria do Ministério Público revelaram que o ex-sindicalista usou contas bancárias de terceiros para repassar valores. A fraude foi descoberta após os investigadores detectarem uma sequência de 249 depósitos feitos por Rodrigues.

Ainda de acordo com a coletiva de imprensa realizada sobre o caso, ele chegou a movimentar dessa forma cerca de R$ 23 mil por mês, durante quatro anos. O número é incompatível para uma pessoa com salário mensal de R$ 3,5 mil.

Apesar dos apontamentos, a delação de Rodrigues continua valendo, assim como as provas apresentadas por ele. Por isso, é importante ressaltar que a prisão de hoje é referente aos crimes de ocultação e lavagem de dinheiro, que podem acarretar em pena de 3 a 10 anos. Agora, ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na capital paulista.

Em entrevista ao Grupo Thathi, o advogado Daniel Rondi, que defende Wagner Rodrigues, disse que deve pedir a soltura do cliente.

Reportagem: Murilo Badessa.