A Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de São José do Rio Preto (SP) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (24), a Operação Agrofraude, com o objetivo de desarticular um esquema milionário de comercialização irregular de defensivos agrícolas sustentado por fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. A ação é resultado de seis meses de investigações e culminou no cumprimento de nove mandados judiciais.
Ao todo, nove pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão em diversos bairros e condomínios de Rio Preto, incluindo Mais Parque, Alta Vista, Rios de Itália, Jardim Vila Flora, Jardim Jandira, Residencial Fraternidade, São Francisco, São Judas Tadeu e Residencial das Américas. Os envolvidos foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos e, por enquanto, responderão em liberdade.
O Esquema Fraudulento
As investigações, conduzidas pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), tiveram início a partir da suspeita de fabricação ilegal de defensivos agrícolas. Segundo o delegado Adriano Pitoscia, responsável pelo caso, a denúncia inicial apontava para a produção de insumos sem qualquer supervisão técnica ou fiscalização de órgãos competentes, como o Ministério da Agricultura. “Além disso, não havia pessoas capacitadas para manusear os produtos”, explicou o delegado.
Com o avanço das apurações, a polícia descobriu que o grupo operava por meio de empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”. Entre eles, um azulejista e uma atendente de lanchonete, ambos aliciados pelos irmãos apontados como líderes da organização. As firmas eram utilizadas para sonegar impostos e movimentar grandes valores em contas bancárias. O esquema contava ainda com o apoio de um contador, que era responsável por abrir as empresas fraudulentas e manipular os balanços fiscais para encobrir os ganhos ilícitos.
Ações Anteriores e Bloqueio de Bens
Em abril deste ano, equipes da Deic já haviam cumprido mandados de busca em um escritório de vendas online e em dois barracões na zona leste da cidade. Na ocasião, foram encontradas diversas irregularidades, incluindo crimes ambientais, o que levou à interdição dos imóveis e à suspensão dos CNPJs utilizados pelo grupo.
Como desdobramento da operação desta sexta-feira, a Justiça determinou a indisponibilidade dos bens dos investigados e o bloqueio das contas bancárias envolvidas no esquema. Foram apreendidos veículos e equipamentos eletrônicos.
As investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear a origem e o destino dos recursos obtidos com as fraudes.



