Cinco servidores públicas municipais de Barretos (SP) foram condenadas por organização criminosa e peculato, com penas que ultrapassam os 45 anos de prisão. A decisão da 1ª Vara Criminal da Comarca de Barretos decretou a perda dos cargos públicos, a interdição para o exercício de função pública e o dever de indenizar o erário pelos danos causados em quase R$ 450 mil. Cabe recurso.
A sentença é desdobramento da Operação Holerites Premiados, que revelou sofisticado esquema de desvio de valores no âmbito da Prefeitura de Barretos, com o envolvimento de mais de uma centena de servidores públicos municipais, mediante recebimento indevido de valores em folhas de pagamentos adulteradas e manipulação de sistemas de recursos humanos e de pagamentos.
A primeira fase da operação, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, em conjunto com a Delegacia Seccional de Polícia de Barretos, ocorreu em 10 de abril de 2019 com cumprimentos de mandados de prisão, busca e apreensão e constrições patrimoniais.
A segunda, deflagrada em 20 de maio daquele mesmo ano, foi marcada pelo oferecimento de uma primeira denúncia contra nove pessoas por integrarem organização criminosa.
Na terceira fase, em 14 de dezembro de 2020, a Holerites Premiados contou com a atuação conjunta do Gaeco, da Promotoria de Justiça de Barretos e do Setor de Competência Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça, com apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Na época, participaram 21 promotores de Justiça, 13 servidores do Ministério Público, 63 viaturas, 205 policiais militares e 21 policiais civis, com o cumprimento de 73 mandados de busca e apreensão e afastamento cautelar do então prefeito em exercício.
Em decorrência da operação, já foram oferecidas 32 denúncias criminais contra 162 servidores pela prática de 160 crimes de integrar organização criminosa e 974 peculatos. Houve ainda o ajuizamento de ações civis públicas no âmbito do patrimônio público.



