Na manhã desta sexta-feira (25), o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias, publicou um vídeo em suas redes sociais contra a realização da Marcha da Maconha na cidade, após receber um ofício da organização informando a data do evento. Segundo ele, a marcha se trata de apologia às drogas: “Aqui não!”, disse.
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O documento enviado pelo advogado do Coletivo Organizador da Marcha da Maconha de São José dos Campos foi lido por Anderson Farias durante despacho em seu gabinete. O ofício comunicava ao prefeito sobre a realização da “Marcha da Maconha SJC 2023”, que está com data marcada para acontecer no dia 7 de outubro.
Em resposta, Anderson Farias disse que o evento não será realizado, pois faz apologia às drogas. “Aqui em São José dos Campos não vou autorizar. Não vou permitir esse tipo de ação e concentração para fazer apologia à droga. Aqui não vai acontecer, não vou permitir que se junte e vá para as ruas fazer essa apologia ao uso da droga”, disse no vídeo.
No vídeo, o prefeito falou para os organizadores “procurarem o que fazer”, pois tem muitas famílias sofrendo com parentes dependentes químicos. Segundo Anderson, o documento também diz que não é necessário o acompanhamento da força policial durante a marcha.
O comunicado foi enviado para a ciência da Prefeitura, mas de acordo com Anderson, ele não dará ciência e não permitirá a realização da Marcha da Maconha. “Não está autorizado que aconteça esse tipo de marcha aqui em São José dos Campos”, finalizou o vídeo.
O que diz a Marcha da Maconha
Em nota, o coletivo informou que a postagem do prefeito Anderson Farias nas redes sociais sobre a Marcha da Maconha com o tema Descrimininaliza o Pobre: Planta Legal, no SUS e no Quintal, causou surpresa e indignação aos organizadores do movimento, visto que a realização de marchas da maconha é um direito constitucional, assegurado pelo Supremo Tribunal Federal, desde 2011, e do qual pretendem valer, realizando a marcha na data prevista.
“Além de um direito constitucional, a Marcha da Maconha é um movimento nacional. Nossas bandeiras vão muito além da legalização da maconha, inserindo-se na defesa da democracia e dos direitos humanos, e na construção de políticas públicas que superem os paradigmas proibicionistas vigentes. A dura proibição ao uso da maconha e a ampla liberalidade em relação ao álcool e ao cigarro trazem resultados nefastos para a vida de grande parte da população brasileira, atingindo de forma explícita as favelas, vilas, ocupações e periferias do país. […] Sendo assim, o coletivo Marcha da Maconha reafirma sua intenção de marchar no dia sete pelas ruas centrais da cidade, convida a coletividade joseense a participar e se dispõe ao diálogo e ao debate”, apontou o coletivo em nota.