O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu à Justiça que Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, realize exame criminológico. A solicitação foi feita na quarta-feira (15).
A defesa do réu entrou com pedido de progressão ao regime aberto na terça-feira (14). No entanto, o MPSP informou que apesar dos documentos apresentados serem favoráveis a Cravinhos, eles são considerados insuficientes para demonstrar os requisitos legais para o aproveitamento do benefício, “ainda mais quando o crime praticado foi extremamente violento e hediondo. Por isso, a cautela redobrada, medida compatível com a lei de execuções vigente”, informou por nota o MPSP.
O Ministério Público alega ainda que como o caso em questão necessita de uma análise mais rigorosa devido à gravidade do cometido, Cristian deve passar por exame criminológico para traçar seu perfil psicológico, e com isso, averiguar possível melhora íntima.
“É que, pese o atestado de boa conduta carcerária, força convir que este não se mostra suficiente para comprovar que o sentenciado em questão está apto a progredir a um regime prisional menos rigoroso, voltando ao convívio social e à companhia dos integrantes da sociedade ordeira que outrora ofendeu”, escreveu no documento o Promotor de Justiça Alexandre Mourão Mafetano.
O MPSP acredita que Cristian Cravinhos praticou grave conduta e descontou pouco tempo do total da pena, aproximadamente 55%. Ele está preso na Penitenciária II de Tremembé, conhecida como “presídio dos famosos”, por reunir presos de casos de grande repercussão nacional, como o ex-jogador de futebol Robinho e o mais recente, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que que dirigia o Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) foi procurado sobre a manifestação do MPSP, mas informou por meio de nota que ainda não consta decisão judicial sobre esse pedido.
Relembre o caso
O assassinato do casal Marísia e Manfred Von Richthofen, de grande repercussão nacional, aconteceu na noite de 31 de outubro de 2022. A filha das vítimas, Suzane von Richthofen, é apontada como a mentora do crime cometido com a ajuda dos irmãos Daniel, seu namorado na época, e Cristian Cravinhos.
Os pais de Suzane foram mortos no quarto em que o casal dormia na casa família, uma mansão no bairro Campo Belo, em São Paulo. Os irmãos Cravinhos assassinaram às vítimas com golpes de porrete na cabeça.
Suzane e os irmãos Cravinhos confessaram a participação no assassinato do casal Von Richthofen uma semana após o crime. A filha foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mesma pena aplicada a Daniel Cravinhos. Cristian Cravinhos pegou 38 anos e seis meses de reclusão.