Subiu para nove o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Vale do Paraíba e região, segundo confirmou a Secretaria Estadual de Saúde na noite de terça-feira (7). Os casos estão sendo investigados em quatro cidades: São José dos Campos (6), Jacareí (1), Lorena (1) e Caraguatatuba (1).
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Em todo o estado de São Paulo, o total de registros chega a 176, sendo 158 em investigação e 18 já confirmados. Também foram contabilizados 10 óbitos, dos quais três estão confirmados como intoxicação por metanol e sete seguem sob apuração.
O metanol é um tipo de álcool utilizado principalmente na indústria como solvente e em processos químicos. Altamente tóxico para o consumo humano, ele atinge primeiramente o fígado, que o transforma em substâncias que podem afetar gravemente o sistema nervoso central, causando cegueira, coma e até a morte. Também pode comprometer os pulmões e os rins.
A principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo é de que as intoxicações tenham sido causadas por bebidas destiladas armazenadas em garrafas higienizadas com metanol.
Em São José dos Campos, o primeiro caso suspeito foi confirmado pelo Ministério da Saúde na sexta-feira (3). Trata-se de uma mulher de 47 anos que reside na cidade, mas trabalha em Minas Gerais. Segundo a prefeitura, ela começou a passar mal após consumir gin em uma cidade mineira.
A paciente relatou cólicas abdominais, dor de cabeça, diarreia e mal-estar. Após não apresentar melhora com dipirona, procurou o Hospital Municipal de São José, onde foi internada e recebeu alta após exames. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos outros cinco pacientes da cidade.
Em Jacareí, a prefeitura informou que o paciente suspeito é um homem de 26 anos, morador do Jardim Bela Vista. Ele apresentou náusea, vômito e dor abdominal após ingerir cachaça e foi atendido na UPA Dr Thelmo de Almeida Cruz. Em seguida, foi transferido para a UTI da Santa Casa. Não havia informações sobre alta do paciente até a publicação da reportagem.
Já em Lorena, a paciente é uma jovem de 21 anos que passou mal durante uma festa, onde havia consumido bebidas alcoólicas. Ela apresentou náuseas, mal-estar e perda de memória e foi internada na UTI. A Vigilância Sanitária Municipal está apurando a origem das bebidas consumidas na festa.
Em Caraguatatuba, há um caso suspeito registrado, mas até o momento não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde do paciente. A Prefeitura foi procurada pelo Portal THMais e, ao contrário do que informou o Estado, disse que, até é o presente momento, “nenhuma coleta para detecção de metanol foi indicada nos atendimentos realizados na cidade”.
A administração municipal informou ainda que “as unidades de saúde seguem rigorosamente os protocolos definidos pelos órgãos técnicos de saúde para o atendimento de pacientes que apresentem sintomas decorrentes da ingestão de bebida alcoólica adulterada, como dores de cabeça, náuseas, visão turva ou confusão mental” e que, para esses casos, são realizados exames como hemograma, gasometria e outros testes laboratoriais necessários.
“O Governo Municipal reforça que permanece atento e em constante articulação com a Secretaria de Estado da Saúde, acompanhando as orientações técnicas e adotando todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população”, completou a nota encaminhada pelo município.
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