Dois anos após tragédia em São Sebastião, Governo do Estado continua investindo no reflorestamento da Vila Sahy

Objetivo das ações é evitar novos deslocamentos de massa na região.

2 anos após tragédia em São Sebastião, Governo do Estado continua investindo no reflorestamento da Vila Sahy
Foto: Sergio Barzaghi/Governo de SP

A chuva histórica que devastou a Vila Sahy, em São Sebastião, durante o carnaval de 2023, completou dois anos nesta quarta-feira (19). Na época, a precipitação, considerada a maior já registrada no Brasil, deixou 64 mortos e um rastro de destruição no local – relembre abaixo.

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Como forma de minimizar os danos registrados na região, o Governo do Estado de São Paulo vem investindo em novas tecnologias para acelerar o processo de reflorestamento. Uma delas é o uso de drones para o lançamento de cápsulas biodegradáveis com espécies de árvores nativas da Mata Atlântica nas áreas atingidas, com o objetivo de evitar novos deslocamentos de massa.

Durante os últimos 10 meses, mais de 2 mil voos de drones foram realizados, lançando quase 1,5 tonelada de biocápsulas em 850 áreas afetadas pelos deslizamentos, com dispersão de cerca de 134 milhões de sementes.

Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Outra técnica usada para complementar as plantações é a hidrossemeadura, que envolve a aplicação de uma solução contendo sementes, fertilizantes e água sobre as encostas através de jateamento.

Segundo a Fundação Cultural, responsável pelas tecnologias, o projeto abrange cerca de 203 hectares, que é equivalente a mais de 280 campos de futebol. O objetivo, ainda de acordo com o órgão, é restaurar pelo menos mais 160 hectares nos próximos três anos.

Tecnologias e obras para prevenção de novos deslizamentos

Além de investir no reflorestamento das encostas atingidas pelas chuvas, o Governo do Estado instalou tecnologias para prevenir novas tragédias. Ainda em 2023, a Defesa Civil instalou uma sirene para alerta de temporais na Vila Sahy.

Já em 2024, um radar que fornece dados meteorológicos sobre a condição do clima na região foi instalado em Ilhabela, cidade vizinha à São Sebastião. O equipamento, que é gerido pela  Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi colocado dentro de uma propriedade particular, num espaço cedido para a instalação. Trata-se de um radar americano Banda-X, com 500 watts de potência, antena de 1,80m e com alcance de até 120 km.

Foto: ACI/Unesp

A região também conta com a cobertura do sistema ‘cellbroadcast’, lançado em dezembro de 2024, que envia alertas de emergência sobre desastres aos celulares de moradores de áreas consideradas de risco, como a Vila Sahy. A ferramenta também é capaz de informar locais para evacuação e pontos seguros.

O bairro recebeu ainda uma série de obras realizadas pela prefeitura, com o objetivo de prevenir uma nova tragédia. Foram feitas limpeza, desassoreamento e contenção da margem do Rio Sahy, devido à grande quantidade de lama que invadiu o rio durante as fortes chuvas, causando o assoreamento do leito.

Além disso, foi construído um sistema de drenagem com uma nova travessia sob a rodovia Dr. Manoel Hyppolito do Rego (SP-55), permitindo o lançamento das águas pluviais no rio e melhorando o escoamento.

A Vila Sahy também foi contemplada com terraplanagem, contenções em solo grampeado com concreto projetado, plantio de vegetação, instalação de barreiras de contenção flexíveis e construção de muros de gabião.

Foto: Divulgação/PMSS

Relembre a tragédia

Há exatamente dois anos, no dia 19 de fevereiro de 2023, uma chuva histórica devastou São Sebastião. A tragédia deixou 64 pessoas mortas e 2.400 moradores desalojados ou desabrigados após suas casas serem soterradas e destruídas por deslizamentos de terra.

Na madrugada daquele dia, mais de 600 milímetros de chuva caíram sobre a cidade, o maior volume já registrado em uma única precipitação no país. Esse foi um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.

Dois anos após a tragédia, a reportagem da TV TH+ SBT Vale voltou a São Sebastião para conversar com os moradores afetados pelas chuvas extremas, recontar suas histórias e saber como eles estão reconstruindo a vida.

A matéria, conduzida pelo repórter Pedro Coralia, foi ao ar no jornal Hora do Vale desta quarta-feira (19). Veja abaixo:

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