A proprietária de um brechó de luxo de São José dos Campos é alvo de uma investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e da Polícia Civil. Ela é suspeita de ter dado calote em vítimas de todo o Brasil.
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O Portal THMais teve acesso a dois boletins de ocorrência registrados contra Francine Prado, que é responsável pela empresa “Desapego Legal”. Em um deles, registrado em julho de 2024, no 2º DP de Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo, a vítima disse que entregou uma pulseira de luxo ao brechó e que, mesmo após a venda, não recebeu o pagamento pelo produto.
“Vendi uma pulseira da BVLGARI para a empresa Desapego Legal, a mesma solicitou a retirada do item diretamente na minha casa, vendeu o item e até hoje não me fez o pagamento”, disse a vítima, de 34 anos.
Já em outro registro policial, feito em junho de 2024 no 8º DP de São José dos Campos, outra vítima, de 40 anos, denunciou que teve um prejuízo de cerca de R$ 2,4 mil devido à falta de pagamento pelos produtos vendidos. Disse ainda que já tentou contato com a empresária diversas vezes, mas não obteve retorno.
“Ela vendeu várias peças minhas de luxo, inclusive algumas ainda não vendeu e se encontram na loja física e não me pagou o valor”, afirmou.
O brechó acumula ainda reclamações na plataforma “Reclame Aqui”. Eram 147 registros até a tarde desta segunda-feira (27).
Em nota, MP-SP afirmou que “recebeu as representações junto às promotorias criminais de São José dos Campos, onde foram requisitadas instauração de inquéritos policiais”. Disse ainda que “ambas estão sob a responsabilidade da Polícia Civil, que realizará as diligências adequadas para a apuração das responsabilidades e demais circunstâncias do fato”.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os casos mencionados são investigados como estelionato pelo 4º DP de São Paulo, 8º DP de São José dos Campos e pela Delegacia de Polícia de Boituva. Além disso, a pasta informou que, até a tarde de segunda, haviam sido localizados oito casos em São José, um na capital e outro em Boituva
“Diligências prosseguem para o esclarecimentos dos fatos. Demais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, completou a SSP.
Em nota, a defesa de Francine Prado disse que as ações movidas contra a empresa são de “um pequeno grupo de pessoas, dentre os mais de 100 mil clientes do Desapego, que pretendem desabonar a sua imagem, que verdadeiramente é o mais conhecido do país”. Disse ainda que “várias pessoas que compõe o indigitado grupo já receberam seus créditos, no entanto, continuam a difamar, injuriar e caluniar o Desapego e, com certeza, responderão cível e criminalmente pelos atos praticados, tendo em vista que a internet, definitivamente, não é terra sem lei”.
“A defesa ressalta que, como todo empreendedor, o Despego Legal enfrenta contratempos financeiros, mas, jamais deixará de cumprir seus compromissos, muito menos fechar suas portas”, completou.



