O júri popular dos policiais militares envolvidos em uma abordagem que terminou com a morte de um suspeito rendido, em São José dos Campos, será retomado na manhã desta quarta-feira (30).
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De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), a sessão está marcada para recomeçar às 9h, no Fórum de São José dos Campos, com a réplica da acusação e a tréplica da defesa.
O júri popular teve início na terça (29) e foi suspenso depois de cerca de 11 horas de duração. A expectativa é de que o julgamento seja finalizado até o final do dia.
O policial Frederico Manoel Inácio de Souza responde por homicídio, com a qualificadora de impossibilitar a defesa da vítima.
Já Diego Fernandes Imediato da Silva responde por tentativa de homicídio, com a qualificadora de impossibilitar a defesa da vítima e de que a execução não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente. Ele também responde por porte ilegal de arma.
Relembre o caso
O caso é de setembro de 2021, quando cinco jovens assaltaram um mercadinho no bairro São Judas. Eles foram flagrados e perseguidos por uma viatura do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), até que o motorista perdeu o controle e bateu em um poste. Três dos jovens se renderam, enquanto um fugiu a pé, mas foi alcançado e preso.
Após o acidente na fuga, uma câmera que fica no peito dos policiais mostra que o carona, Vinicius David de Souza Castro Gomes, de 20 anos, conhecido como “Tubarão”, coloca as duas mãos para fora da janela, sinalizando que não está armado. O policial pede que ele abra a porta e ele se rende, com as duas mãos na cabeça.
Na sequência, três disparos são feitos com um fuzil em uma curta distância. Os tiros atingem o rosto, abdômen e perna da vítima, que morre na hora.
Outro jovem também foi baleado, mas usava um colete e sobreviveu. Ele era o único armado do grupo, mas dispensou a arma com a ordem dos policiais e não fez disparos.
Mesmo sendo filmado, o policial Diego pega a arma e altera a cena do crime. Ele joga o revólver sobre o corpo da vítima morta para forjar uma versão de resistência.
A versão falsa é contada aos oficiais e aos demais policiais que chegam à cena do crime depois. Os diálogos foram capturados pelas câmeras. Durante a gravação, é possível ver que eles tampam a lente para que o equipamento não flagre algumas cenas.
Outros usam a arma para obstruir a imagem e depois tentam acessar o vídeo pelo aplicativo no celular para checar se os crimes cometidos foram flagrados.