A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (9), a operação Giardino, desdobramento da operação Medcruz, para aprofundar investigações sobre irregularidades em contratações públicas com dispensa de licitações na ordem de R$ 4 milhões, na cidade de Nazaré Paulista/SP.
Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, expedidos pela primeira vara federal de Bragança Paulista, nas cidades de Nazaré Paulista, Piquete e Taubaté, todas no interior do estado de São Paulo.
“Para a gente entender, ela é uma continuidade de uma operação deflagrada pela PF, em Cruzeiro, que identificou uma organização criminosa que fraudava licitações no âmbito da saúde. Existia uma conspiração entre servidores públicos e os diretos de organizações sociais”, explicou o delegado que comanda a operação, Gustavo Almeida.
A investigação, iniciada pela delegacia de PF em Cruzeiro/sp (operação Medcruz), revelou a existência de indícios de uma organização criminosa que se beneficiava de contratações diretas envolvendo servidores do setor da saúde da prefeitura do município de Nazaré paulista, gerando contratos de gestão de serviços de saúde, nos anos de 2020 e 2021, no valor de r$ 4 milhões.
“Quatro milhões [do valor] são os processos que já temos ciência. Foi identificado mais um processo que vai ser analisado. Pode ainda subir para mais R$ 2 milhões”, antecipou o delegado.
As apurações indicaram que as contratações diretas eram precedidas de acertos que antecediam aos próprios procedimentos de dispensa, revelando o beneficiamento do grupo criminoso, portanto, uma relação espúria entre as esferas pública e privada.
A investigação visa à apreensão de documentos e materiais que confirmem os vínculos entre os integrantes da organização e os servidores públicos.
Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes previstos da lei de licitações e associação criminosa, cujas penas somadas podem chegar a oito de anos de reclusão.
*Edição: Nayara Francesco