A Polícia Civil apreendeu, na terça-feira (21), seis projéteis que estavam alojados em vítimas do ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé – relembre o crime abaixo.
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De acordo com o boletim de ocorrência, os projéteis estavam alojados em cinco das seis vítimas que foram internadas no Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté, após o atentado.
As balas foram lacradas por funcionários do centro médico e entregues aos policiais, que encaminharam os objetos ao Instituto de Criminalística para perícia. O resultado dos exames não haviam sido divulgados até a publicação desta reportagem.
O ataque aconteceu na noite do dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, que fica na Estrada Kanegae. As vítimas e testemunhas informaram a polícia que o local foi invadido por carros e motos durante a noite e as pessoas que estavam dentro dos veículos atiraram contra os moradores do assentamento. Dois homens, um de 52 anos e outro de 28, foram mortos e outras seis pessoas ficaram feridas no atentado.

De acordo com apuração da TV Thathi SBT, duas vítimas continuavam internadas no Hospital Regional de Taubaté na manhã desta quinta-feira (23). Uma delas, um homem de 29 anos que foi atingido por um disparo na cabeça, encontra-se em coma, mas estável, e deve passar por uma nova cirurgia ainda esta semana.
Já a outra vítima, um homem que não teve a idade revelada, foi atingido na bacia e, nesta quinta, encontrava-se fora de risco, mas ainda sob observação devido à imunidade baixa.
Carros apreendidos
A Polícia Civil apreendeu, na tarde de segunda-feira (20), um segundo carro suspeito de envolvimento no ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé.
Um vídeo, registrado por câmeras de monitoramento, flagrou a abordagem – veja abaixo. De acordo com a corporação, o veículo foi utilizado dois dias após a chacina para retirar e esconder outro carro que participou diretamente do crime.
O carro foi apreendido em uma das saídas para a Rodovia Presidente Dutra da cidade após ser identificado por radares de monitoramento. Três pessoas que estavam no veículo foram ouvidas e liberadas. Celulares e documentos foram apreendidos e serão analisados para continuidade da investigação.

Na semana passada, outro carro já havia sido apreendido em Taubaté também com suspeita de participação no crime. O veículo foi encontrado em um terreno baldio no bairro Parque Aeroporto.
Prisões
Até a manhã desta quinta-feira (23), apenas um homem havia sido detido. Ele foi identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido na região pelo apelido “Nero do Piseiro”. À polícia, o suspeito confessou ter ido ao assentamento, mas negou ter atirado contra os moradores.
Antônio teve prisão temporária decretada e permanecerá detido por, pelo menos, 30 dias. Ele é apontado pela Polícia Civil como mentor intelectual do crime e já tinha antecedente criminal por porte ilegal de arma de fogo.

Outros quatro suspeitos também foram identificados pela polícia, mas ainda não foram presos – as identidades deles não foram reveladas.
Um terceiro homem ainda foi preso logo após o crime por equipes da Polícia Militar por porte ilegal de arma de fogo. Contudo, até o momento, a ligação direta dele com o crime foi descartada, pois há indícios de que ele teria ido ao local para prestar socorro às vítimas.
Gaeco entrou na investigação
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) anunciou, na segunda-feira (13), que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vai ajudar na investigação do ataque ao assentamento do MST em Tremembé (SP).
O Gaeco informou que o objetivo de atuar em conjunto na investigação com as outras forças de segurança, como a Polícia Civil e a Polícia Federal, “é somar esforços para que o Ministério Público de São Paulo ofereça à sociedade paulista pronta resposta a este episódio de violência”.
A investigação inicial da Polícia Civil aponta que a causa do ataque foi uma disputa por um terreno que faz parte do assentamento. No entanto, como as análises ainda estão no início, a polícia não descarta outros cenários.
Perícia com uso de scanner 3D e drone
A Polícia Civil realizou, na tarde de terça-feira (14), uma nova perícia no assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a nova perícia, realizada pela Polícia Técnico Científica, contou com um equipamento scanner que faz análise 3D da área onde ocorreu o ataque, além do uso de drones.
Apesar da ação, ainda não há uma previsão de quando o inquérito do caso deve ser concluído. A investigação é realizada pela Polícia Civil, em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo.




