Polícia investiga morte de grávida em hospital particular de Jacareí

Caso aconteceu na sexta-feira (22), no Hospital São Francisco de Assis, no bairro Parque California.

Polícia investiga morte de grávida após parto em hospital particular de Jacareí
Foto: Reprodução

A Polícia Civil investiga a morte de uma jovem grávida durante uma cesárea de urgência em um hospital particular, em Jacareí. O caso aconteceu na última sexta-feira (21).

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De acordo com o boletim de ocorrência, Ágatha Ayme Pagotto Ferreira, de 21 anos, deu entrada no Hospital São Francisco de Assis, localizado no Parque Califórnia, após sentir dores. Ela passou por um procedimento de cardiotoco, que verifica o estado do feto, pois não era possível verificar os batimentos cardíacos da criança. Após espera, foi constatada a morte do bebê através do resultado do ultrassom.

Após a confirmação da morte do feto, a jovem foi encaminhada para uma cirurgia de urgência, mas também não resistiu e morreu.

Em nota (confira na íntegra abaixo), o centro hospitalar informou que a mulher foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e repentina, conhecida como Descolamento Prévio de Placenta Oculto. Por conta da gravidade do caso, não foi possível reverter o quadro.

À TV TH+ SBT Vale, Lucimari Pagotto, mãe de Ágatha, acusou o hospital de negligência médica. De acordo com ela, a filha foi encaminhada para uma sala de espera após a confirmação da morte do bebê e, mesmo necessitando de uma cesárea de urgência, foi induzida ao parto normal.

“Eu falei para o médico que minha filha iria morrer. E ela falava: ‘mãe, mãe, me ajuda! Eu vou morrer, faz uma cesárea pelo amor de Deus’. Aí o médico disse para uma enfermeira: ‘põe uma medicação nela, vamos induzir o parto para ela conseguir expelir o bebê”, disse a estagiária de psicologia, que acredita que sua filha não teve o tratamento adequado no centro hospitalar.

Veja a entrevista completa com Lucimari Pagotto, mãe da jovem grávida:

A Prefeitura de Jacareí também divulgou um posicionamento. Segundo a administração municipal, o Comitê de Avaliação de Óbito Materno Infantil foi acionado para investigar o ocorrido e uma reunião entre representantes da Secretaria de Saúde e do hospital deve ser realizada em breve.

“O município destaca que lamenta profundamente os óbitos e está em contato para oferecer suporte e apoio à família”, completou o posicionamento da prefeitura.

O caso foi registrado como homicídio na delegacia de Jacareí e encaminhado ao 1º DP, que conduz as investigações.

Foto: Reprodução

Veja a nota completa divulgada pelo Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí:

O Hospital São Francisco de Assis lamenta muito a perda da jovem A. A. e vem esclarecer os fatos ocorridos:

  • Paciente A. A. deu entrada no Pronto Atendimento Obstétrico do Hospital São Francisco de Assis às 19h30 do dia 21/03/2025, trazida pelo SAMU, com queixa de dor súbita em baixo ventre e, logo na triagem, não foi possível identificar presença de batimentos cardíacos do feto; foi realizado ultrassom de urgência e constatado óbito fetal;
  • O óbito fetal foi constatado no hospital, portanto, infelizmente, o bebê veio a óbito antes de chegar na instituição, provavelmente devido às consequências do descolamento prévio da placenta;
  • A paciente não foi encaminhada para indução de parto normal. Do Pronto Atendimento Obstétrico ela foi direto para o Centro Cirúrgico para realização da cesárea de urgência, devido às suas condições clínicas desfavoráveis;
  • Não houve hemorragia decorrente da cesárea. O fato é que durante a cirurgia foi constatado grave Descolamento Prévio de Placenta Oculto que provocou um sangramento volumoso no interior da cavidade da paciente. No procedimento, foi feita a Histerectomia (retirada do útero) para conter a hemorragia como recurso para salvar a vida da paciente;
  • Paciente foi encaminhada imediatamente à UTI em estado gravíssimo, chegou a ser entubada, mas não resistiu e veio à óbito;
  • Infelizmente, a paciente foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e abrupta (Descolamento Prévio de Placenta Oculto), da qual não foi possível obter a reversão do quadro;
  • A mãe da paciente a acompanhou o tempo todo inclusive no centro cirúrgico.

A equipe do Hospital São Francisco de Assis realizou todos os procedimentos possíveis e necessários para salvar a vida da paciente A. A., e se solidariza com a família nesse momento de dor e sofrimento diante dessa fatalidade.

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