A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o helicóptero que caiu em região de mata, em Paraibuna, e matou quatro pessoas, no dia 31 de dezembro de 2023. Foi concluído no inquérito que a causa da queda da aeronave foi o mau tempo durante o voo com destino a Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo.
De acordo com o delegado, Rafael Pelizolla, após 12 dias de buscas, os destroços foram encontrados com as quatro vítimas já sem vida no local da queda. A Polícia Civil iniciou as investigações das causas do acidente por meio de acesso, por ondem judicial, a um aparelho celular que revelou algumas imagens de momentos antes da decolagem e durante o voo da aeronave.
Um dos ocupantes do helicóptero chegou a entrar em contato com um amigo por chamada de vídeo, que gravou a ligação. Por meio das imagens, a Polícia Civil perceber que a aeronave voava “guardado”, ou seja, cercada por nuvens e sem visibilidade. O modelo de helicóptero utilizado no voo, Robson 44, não possui instrumentação adequado para aquele tipo de voo.
Em uma conversa entre um dos passageiros e o amigo, foi analiso que o piloto tentou mudar a rota do voo. O destino inicial seria Ilhabela, mas em razão do mau tempo, eles mudaram a rota para Ubatuba, e nesse retorno, a aeronave colidiu com uma plantação de eucalipto na cidade Paraibuna, no Vale do Paraíba, o que ocasionou a queda do helicóptero.
Segundo o delegado, todas as perícias foram concluídas e as pessoas que tiveram contato com as vítimas ouvidas, além da análise do aparelho celular. A parte criminal que compete a Polícia Civil de apuração da infração penal, que em tese seria de homicídio culposo, foi finalizada com a apresentação desse relatório final, que será submetido ao Poder Judiciário.
A Polícia Civil aguarda ainda, receber um relatório do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão responsável por analisar desastres aéreos. Caso for concluído por algum outro fator não identificado na investigação, uma falha mecânica ou fator externo, o inquérito será reaberto. Mas, por hora, sem o relatório do CENIPA, a Polícia Civil finaliza as investigações deste caso.
O CENIPA foi questionado sobre o relatório das investigações da queda do helicóptero, mas até o momento não houve retorno.
Relembre o caso
O helicóptero com quatro pessoas a bordo desapareceu no dia 31 de dezembro de 2023. Os tripulantes decolaram no Campo de Marte, em São Paulo, por volta das 13h15, no último dia do ano para passar o Réveillon em Ilhabela, Litoral Norte, no entanto não chegaram no destino final.
As autoridades aéreas e o Corpo de Bombeiros receberam um alerta para uma possível queda de helicóptero modelo Robson 44, com prefixo PRHDB, por volta das 22h40 do mesmo dia.
O piloto, foi identificado como Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos. Duas outras tripulantes Luciana Marley Rodzewics Santos, 45 anos, e sua filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, 20 anos, teriam sido convidadas por Raphael Torres, de 41 anos, empresário e amigo da família, para fazer um “bate e volta” em Ilhabela.
Durante o voo, uma das passageiras enviou um vídeo para o namorado mostrando à condição do tempo. Nas imagens foi possível ver bastante nebulosidade, o que pode ter dificultado a visibilidade do piloto. No dia, a aeronave chegou a fazer um pouso de emergência por conta do mau tempo, mas seguiu viagem e depois desapareceu.
As buscas começaram no dia 1º de janeiro, por ar, terra e água. A procura mobilizou Polícia Militar, Civil, Bombeiros, Força Aérea Brasileira e até voluntários. Após 12 dias de buscas, na manhã do dia 12 de janeiro deste ano, o helicóptero foi encontrado com as vítimas já sem vida, na região de mata fechada em Paraibuna, interior de São Paulo.
O resgate dos corpos dos quatro tripulantes do helicóptero durou quase 24h. Na manhã do dia 13 de janeiro, as vítimas foram retiradas dos destroços da aeronave após uma difícil operação de resgate.
As forças de segurança tiveram que montar um acampamento próximo ao local da queda do helicóptero para realizar a retirado dos corpos. O resgate aconteceu de forma terrestre, já que o mau tempo na região impediu o sobrevoo da equipe, além de ser uma área de difícil acesso.
Foi preciso fazer uma trilha pela mata fechada para retirar os corpos do local. Mais de 30 policiais entre Corpo de Bombeiros, Comando de Aviação da PM e 41° Batalhão de Polícia Militar do Interior participam da operação.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de São José dos Campos para exame necroscópico e, após liberação, foram levados ao IML Central. O velório e enterro das vítimas aconteceu em São Paulo, capital, no dia 14 de janeiro.
