Usina termelétrica preocupa ambientalistas

A usina será uma das maiores unidades movidas a gás natural da América Latina
Reportagem: Gabriela Leite

A possibilidade da construção de uma Usina Termoelétrica em Caçapava preocupa ambientalistas, grupos políticos e defensores do meio ambiente. A usina será uma das maiores unidades movidas a gás natural da América Latina e faz parte do incentivo do Governo Federal, após a lei que permitiu a privatização da Eletrobrás.

A termelétrica está em fase de elaboração de projeto e tem como previsão gerar 1.743 megawatts de potência instalada. A área de 250 mil m², localizada na Rodovia Vito Ardito – conhecida como Estrada Velha Rio/São Paulo – já estaria arrendada pela empresa Natural Energia por 30 anos.

“Desde a década de 80 que tentam implantar Usinas termelétricas na região. A última foi em Lorena/Canas há dez anos. Mas dessa vez nos preocupa demais, porque, além de ser a maior usina pretendida para o Brasil, tem o forte lobby em cima disso e tem muitos interesses por trás disso”, alerta o ambientalista Sullivan Morais Santos; coordenador ONG Associação Eco Vital.

Emissão preocupante

A previsão é que a usina de Caçapava solte na atmosfera 6 milhões de metros cúbicos por dia de gás metano de petróleo.

“A região do Vale do Paraíba, é um vale, estamos entre a serra do mar e da Mantiqueira, então aqui é uma região imprópria para esse tipo de empreendimento, porque aqui não há dispersão atmosférica. Os ventos predominantes aqui são oceânicos, de baixa intensidade, então todas essas emissões que existem no Vale do Paraíba já estão concentradas aqui. Sobre tudo da Revap (Refinaria Henrique Lage – Petrobrás) e soma com as emissões dos veículos da via Dutra. Pior ainda fica na época de estiagem”, explica Sullivan.

Diante deste cenário, ONGs de preservação ambiental se uniram pra tentar barrar a construção da Usina termoelétrica em Caçapava.

O assunto ganhou conhecimento nacional no dia 29 de novembro em uma audiência pública que reuniu autoridades políticas e ambientais na câmara dos deputados em Brasília. O deputado federal Ivan Valente, foi quem solicitou o debate.

“Não há justificativa técnica, na minha opinião do que eu li até agora, de que esse tipo de empreendimento sempre é colocado como gerador de emprego e renda. Não é verdade, essa é uma ideia falsa, porque na verdade o impacto que causa é muito pior, se você tiver outras viabilizações para gerar emprego e renda como: preservação ambiental, turismo e etc. Você compensa isso de longe”, pontua o deputado.

Alternativas

Diante do impacto ambiental causado por uma termelétrica, o Proam, Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, defende que não há justifica para a instalação deste tipo de usina no Brasil, ainda mais pelo país poder gerar energias mais limpas como a eólica e a solar.

“As alternativas razoáveis são aquelas que são amplamente conhecidas, que é por exemplo a eólica, energia solar, sistemas de contenção de menos gastos de energia, cidades transformadas para serem mais sustentáveis”, alerta o presidente do Proam, Carlos Bouchy.

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