Estamos vivendo mais, graças a Deus! Nossa aposentadoria está sendo vivida com mais saúde, energia e uma certeza de que ainda não somos “velhos”. A expectativa de vida aumentou, a medicina avança a cada dia e muitos se sentem bem para continuar aproveitando a vida, mesmo que ainda existam tantos problemas relacionados ao envelhecimento.
Quando esta fase chega, deixamos um pouco de lado a rotina fixa de horários, o estresse das reuniões, a pressão por bater metas e o medo de perdermos o emprego. Porém, surge um tempo vazio que gera desconforto em quem se aposenta. E é comum ficar se perguntando: “o que eu vou fazer agora”?
Percebo nas sessões de pós carreira, que existe um equívoco comum entre meus pacientes: eles costumam acreditar que a aposentadoria é sinônimo de fim. Há os que ainda acreditam que poderão ser pessoas que vivem com roupa largada e chinelo. Outros, que não terão mais o que agregar e que não haverá espaço para uma nova atuação profissional, que valorize as competências dos mais experientes.
Na prática, esses pensamentos não ajudam em nada. Então, sem mais delongas, vou te fazer um convite: vamos alterar essa forma de entender a aposentadoria? Podemos transformá-la em uma das fases mais interessantes da vida. Vamos lá, se você quiser, é claro.
O Brasil tem hoje mais de 37 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, e muitas delas estão voltando ao mercado de trabalho, empreendendo ou descobrindo novas habilidades. A experiência tem sido reconhecida e o número de vagas nas empresas destinadas a este público só vem aumentando.
Só que quero destacar um ponto muito importante, que merece sua atenção: é necessário se preparar com antecedência para essa transição. É importante se atualizar, não parar no tempo, acompanhar as evoluções tecnológicas, estruturar seus planos de forma sistemática, cuidar do corpo, da mente e das emoções. Ufa, é muita coisa, eu sei, mas são necessárias.
A dica de ouro está na palavra-chave antecedência: se deixarmos para pensar neste tempo só depois, talvez não tenhamos semeado o suficiente e os frutos não virão. Tal como numa plantação, é preciso preparar a terra, cuidar das sementes e seguir os passos na ordem certa. Do contrário, corremos o risco de depender física e emocionalmente de outras pessoas e isso pode ser vivido como um fardo por quem nos cerca e fica com a responsabilidade de cuidar de nós. Deus me livre disso!
Então, por favor, não espere o “dia da aposentadoria” chegar para começar a pensar no que vem depois. Cultive desde já novos interesses, habilidades e projetos. Cuide do corpo, da mente e das suas relações interpessoais.
E, principalmente, lembre-se que o que você acredita sobre a aposentadoria será exatamente o que você vai viver. Se enxergar esse momento como perda, ele será de perda. Se olhar como oportunidade, ele pode se transformar em uma fase de descobertas, liberdade e realizações.
Em meus anos de experiência com esse tema, tenho acompanhado pessoas que descobriram no pós-carreira a chance de viver seus melhores anos de vida, sendo mais leves, mais autênticos e, sobretudo, mais felizes. Só que eles construíram esta fase desde cedo. Nada caiu do céu!
Quero que você coloque esta ideia dentro da sua mente: aposentar-se não é parar. É abrir espaço para transformar o tempo em qualidade de vida, novos projetos e um futuro cheio de sentido. E não faça isso sozinho. Peça ajuda para planejar e depois viver muito bem.
