Investir em meio à crise: é possível, sim!

Luciana Ikedo
Luciana Ikedo
Empresária, palestrante internacional, escritora e especialista em comunicação financeira, Luciana Ikedo possui mais de 28 anos de experiência em finanças e investimentos. Planejadora financeira e empreteca, é reconhecida como autoridade na área, com certificações nacionais e internacionais, além de ser finalista da 2ª edição do Prêmio de Educação Financeira do Instituto XP. Recentemente, lançou pela Editora Loyola o livro Vida Financeira: Descomplicando, Economizando e Investindo. É sócia da RV4 Investimentos, colunista semanal do Jornal A Hora do Vale Dia, transmitido pelo SBT Vale do Paraíba e Litoral, e contribui quinzenalmente para a seção "Você no Azul" da Revista Ana Maria. Formada em Administração de Empresas, Luciana possui MBA Internacional em Gestão Empresarial pela FGV com extensão na Universidade de Ohio, além de MBA em Banking pelo Insper e MBA Executivo em Saúde pela FGV, com extensão na Universidade de Tampa, na Flórida.
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Sim, é possível investir mesmo em momentos de crise, e mais do que isso, pode ser justamente nessas fases que damos os passos mais importantes rumo à tão desejada estabilidade financeira. Crises econômicas, sanitárias ou políticas fazem parte da vida, mas projetar um futuro mais seguro ajuda a atravessar esses períodos com mais serenidade. O erro mais comum é achar que só se pode começar quando tudo estiver “normal”. A verdade é que dá, sim, para começar com pouco, desde que as escolhas sejam feitas com consciência e estratégia.

Tudo começa com um novo olhar para os hábitos de consumo e as prioridades. Em tempos difíceis, passamos a enxergar com mais clareza o que é essencial, e a organização financeira ganha protagonismo. Saber exatamente quanto se ganha e quanto se gasta, identificar o que pode ser cortado e diferenciar necessidades de desejos é o primeiro passo para tomar o controle da vida financeira. A formação de uma reserva de emergência também é fundamental: o ideal é ter o equivalente a pelo menos três meses de despesas básicas. Se essa reserva já existia e precisou ser usada, vale a pena recompor o mais rápido possível.

Mesmo com valores pequenos, já é possível investir. O mais importante é buscar conhecimento. Há muito conteúdo confiável disponível hoje: livros, sites de notícias, redes sociais e especialistas sérios que compartilham gratuitamente orientações sobre finanças. Mas é preciso atenção: desconfie de promessas de ganhos fáceis ou muito acima da média. Em geral, isso indica riscos excessivos ou até mesmo fraudes. Fique também de olho nas taxas cobradas por produtos financeiros, como a taxa de administração, que pode corroer boa parte da rentabilidade.

Para quem está começando, a renda fixa pode ser uma boa porta de entrada. Ela oferece mais previsibilidade e segurança, principalmente para perfis conservadores ou para quem ainda está formando a reserva de emergência. Existem diversas opções disponíveis, como o Tesouro Direto e os CDBs. Já quem tem um perfil mais tolerante ao risco e pensa em prazos mais longos pode começar a estudar sobre a renda variável, onde os ganhos (e as perdas) variam conforme o mercado. O ideal, nesse caso, é estudar bastante antes de dar os primeiros passos e, se possível, contar com o suporte de um assessor ou assessora de investimentos.

Outro ponto que costuma fazer diferença é manter os cortes de gastos que surgem em momentos de crise. Reduções em alimentação fora de casa ou transporte, por exemplo, podem representar valores significativos no fim de um mês. Ao multiplicar essa economia ao longo de um ano, é possível visualizar o impacto positivo de uma mudança de mentalidade. Pequenas economias recorrentes se transformam em grandes resultados no futuro, especialmente quando bem aplicadas.

E lembre-se: finanças pessoais não devem ser uma jornada solitária. Envolver a família no orçamento, conversar sobre prioridades e metas e até propor desafios coletivos de economia ajuda a criar uma cultura de responsabilidade e colaboração. A educação financeira pode, e deve, começar dentro de casa, inclusive com as crianças.

Passada a tempestade, o que fica é a chance de viver um novo tempo: mais consciente, mais conectado ao que importa e com mais clareza sobre o valor da segurança financeira. Investir é, acima de tudo, cuidar de si, das pessoas ao redor e do futuro que se deseja construir.

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