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Nem todo pai é ausente! Os que ficaram merecem nossa homenagem!

Cláudia Oliveira
Cláudia Oliveira
Psicóloga com formação em Terapia Cognitiva Comportamental, especialista em adolescência, adultos e orientação profissional. Neuropsicóloga, pós-graduada em orientação parental e inteligência emocional, Pós-graduanda em Psicopatologia e em Psicologia baseada em evidências. @psiclaudiaoliveira @adolescenciasimples
claudia oliveira

Quando falamos sobre paternidade no Brasil, logo pensamos nos casos de abandono e com razão, porque ainda é enorme o número de crianças que crescem sem o nome do pai na certidão de nascimento. Em 2023, mais de 170 mil bebês foram registrados apenas com o nome da mãe. É um número que choca, mas isso não é de hoje. Eu mesma passei por isso.

Mas hoje eu quero falar sobre os outros pais, quero dar foco naqueles que escolheram viver a paternidade pra valer. Quero homenagear os que ficaram, os que cuidam, que participam, que estão aprendendo a ser pais de verdade, até mesmo sem terem tido bons exemplos.

Posso imaginar você pensando que estes homens não são maioria, e que talvez o seu ou o pai dos seus filhos não seja essa pessoa. Eu entendo você, mas não podemos negar que este outro estilo de pai está crescendo em número e, principalmente, em envolvimento.

No meu consultório, percebo uma procura cada vez maior de pais que querem entender os filhos, melhorar a relação, aprender a educar com afeto e firmeza. Querem estar presentes e isso muda a estatística.

Também presencio com maior frequência outra cena: a de pais que acompanham o pré-natal, que dividem as noites mal dormidas, que participam das reuniões da escola, que seguram a emoção ao me contar que conseguiram, pela primeira vez, conversar de verdade com seus filhos. E isso, acredite, tem um impacto enorme no desenvolvimento emocional das crianças e dos adolescentes. Eles crescem mais confiantes, mais seguros, com menos medo de errar porque eles têm com quem contar.

Pesquisas nacionais já mostram que crianças com pais envolvidos vão melhor na escola, têm menos comportamentos de risco e desenvolvem uma maior estabilidade emocional. Mas, mais do que números, o que vejo no meu dia a dia são histórias reais de transformação. Histórias de homens que nunca aprenderam a falar sobre sentimentos e que agora estão ensinando seus filhos justamente a falar, a sentir, a confiar.

Ainda temos muito a avançar e sei que há pais que se ausentam, que não sabem por onde começar. Mas há também os que estão buscando ajuda, questionando os modelos antigos e criando novas formas de estar com os filhos, formas mais humanas, menos autoritárias, menos machistas, mais presentes, mais afetivas.

Nesta homenagem ao dia dos pais, eu escolho olhar para esses homens e reconhecê-los. Não porque estou romantizando o básico, mas porque valorizar quem está tentando fazer diferente também é uma forma de contagiar e estimular mais mudanças. Esses pais existem e eles estão por aí, talvez até mais perto do que você imagina. E quando um pai se compromete de verdade, ele muda não só a vida dos filhos, mas a própria história e a de uma sociedade que se sente mais amada.

Aproveito para desejar um feliz Dia dos Pais para você que se reconheceu neste novo perfil paterno.

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