Atualmente quase um bilhão de mulheres não são atendidas ou são mal atendidas pelo setor financeiro no mundo. Os dados são da Human World Bank, organização sem fins lucrativos dedicada à segurança e prosperidade das mulheres.
Durante participação no Nova Manhã desta quarta-feira (31), o colunista e professor da FGV, Fábio Gallo, analisou: “é uma situação que não permite que as mulheres atinjam seu pleno potencial econômico”. Ainda de acordo com a organização, há uma oportunidade de mais de 700 milhões de dólares anuais para instituições financeiras e que não é explorada.
Gallo lembra que o raio X do investidor brasileiro de 2023, divulgado pela Anbima (Associação Brasileira de empresas de mercado aberto), indica que 33% das mulheres investem, contra 40% dos homens. “Apesar disso, tem ocorrido um crescimento da participação dessas mulheres no mercado de finanças”, ressalta o colunista.
Fábio Gallo observa ainda que, nas periferias brasileiras, a situação é ainda pior. Pesquisa da Serasa revela que apenas uma em cada dez moradoras da periferia dizem estar satisfeitas com sua situação financeira. Outro dado indica que 44% das moradoras da periferia afirmam se interessar pelo assunto, enquanto que, fora dessa periferia, esse índice sobe para 64%.
O colunista Fábio Gallo aponta também que as mulheres trabalham mais e ganham menos nesse setor. Segundo ele, “a boa notícia é que uma parceria entre o Tesouro Nacional e o Banco do Brasil lançou o projeto Educa Mais Mulher”. O objetivo é incentivar as mulheres a investirem, buscando sua independência financeira e autonomia econômica. Pela proposta, mulheres com 16 a 75 anos poderão investir no título de renda fixa chamado Tesouro Educa Mais. Os detalhes estão no portal do Tesouro Direto.
Para o professor, a inclusão financeira é um dos motores do crescimento econômico e passou da hora de aprendermos essa lição.