BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais cumprem na manhã desta quinta-feira (1º) 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes do grupo econômico do qual faz parte a empresa 123 Milhas, de intermediação de venda de passagens aéreas, que está sob recuperação judicial com dívidas de R$ 2,3 bilhões.
Batizada de Mapa de Milhas, a operação está ligada a uma investigação que apura suspeita de associação criminosa para cometer estelionato. Segundo o Ministério Público, a prática teria causado prejuízo milionário a milhares de pessoas em todo o país.
As empresas do grupo são HotMilhas e a holding Novum, dona da 123Milhas. Os mandados são cumpridos em Belo Horizonte (MG). A empresa, em nota, disse que sempre se colocou à disposição das autoridades.
“A empresa disponibilizou toda a sua documentação fiscal, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras. Os gestores da 123Milhas estão, no momento, dedicados ao processo de recuperação judicial para quitar todos os débitos com os credores”, afirmou a companhia, em comunicado.
A investigação do Ministério Público também apura eventual prática de lavagem de dinheiro, por meio da utilização de “estratégias financeiras e corporativas com o objetivo de dissimulação e ocultação de valores e bens”.
A 123Milhas entrou em recuperação judicial em 31 de agosto de 2023. O processo chegou a ser suspenso pela justiça, foi retomado em dezembro de 2023, e novamente suspenso no último dia 26.
À época do pedido de recuperação judicial a empresa anunciou corte de pessoal que envolveria cerca de 200 funcionários. As dívidas declaradas à Justiça somam R$ 2,3 bilhões.
Nas semanas que antecederam o pedido de recuperação judicial, a 123Milhas suspendeu pacotes e passagens da linha Promo123, que não têm data definida, que oferecia valores abaixo dos praticados no mercado.
LEONARDO AUGUSTO / Folhapress