2 em cada 3 pagariam mais caro em carro elétrico para combater mudanças climáticas, diz Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os brasileiros estão dispostos a modificar hábitos de consumo para ajudar na luta contra o aquecimento global, mostra uma nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (1º).

Em uma questão em que foram apresentadas possíveis medidas individuais para combater as mudanças climáticas, 100% dos entrevistados afirmaram que adotariam alguma delas.

Quase a totalidade concordaria com atitudes simples, como trocar as lâmpadas de casa por modelos mais econômicos (99%) e reduzir o uso de plástico e embalagens descartáveis (94%). Os índices de aceitação são altos mesmo entre atitudes de custo superior, como colocar painéis solares em casa (89%) ou pagar mais caro por produtos com baixa emissão de carbono (74%) Dois em cada três (63%) investiriam mais por um carro elétrico (63%).

A pesquisa sobre a compreensão e a relação da população com as mudanças climáticas foi realizada presencialmente, com 2.457 pessoas de 16 anos ou mais em 130 municípios pelo Brasil, entre os dias 17 e 22 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com taxa de confiança de 95%.

O levantamento mostra que a maioria das pessoas também aceitaria usar mais o transporte público ou a bicicleta (82%), escolher viagens para lugares mais próximos para evitar usar avião (77%) e até mesmo reduzir o consumo de carne (68%) em prol do meio ambiente.

A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás, para produção de energia, transporte e pela indústria é a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa no mundo. No Brasil, a principal fonte de emissões é o desmatamento, que tem no setor agropecuário o seu motor mais significativo.

Além disso, o plástico, que é um derivado do petróleo, ainda causa um problema ambiental por si só —especialmente aquele de uso único, como embalagens ou produtos descartáveis. Cerca de 450 milhões de toneladas desse material são descartadas por ano no mundo e apenas 9% é reciclado. Até 2050, as previsões são de que haja mais plástico do peixe nos oceanos.

Os resultados da pesquisa Datafolha apontam, ainda, que 83% dos brasileiros acreditam que atitudes individuais têm um papel importante para resolver problemas ambientais.

Metade (51%) das pessoas diz acreditar que ações individuais contribuem muito para a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, e um terço (32%) que contribuem um pouco, enquanto apenas 16% dizem que essas atitudes não contribuem.

O índice de quem acredita na importância de ações individuais para a conservação chega a 93% entre aqueles com ensino superior, 86% para quem tem nível médio e cai a 73% entre os de nível fundamental.

A taxa também cresce, atingindo 88%, na parcela mais jovem dos entrevistados, de 16 a 24 anos. O número fica em 86% para o estrato de 25 a 44 anos, 82% para a faixa etária entre 45 e 59 anos e reduz para 76% na parcela mais velha, de 60 anos ou mais.

Ao mesmo tempo que metade dos brasileiros acreditam que ações individuais são muito significativas para a sustentabilidade, apenas 25% se sentem, pessoalmente, muito responsáveis pelas mudanças climáticas. Outros 51% dizem se sentir um pouco responsáveis e 23%, nada responsáveis. Só 1% não soube opinar.

De modo geral, ações tomadas individualmente pelos cidadãos podem contribuir para reduzir as emissões de gases que aquecem o planeta, como abrir mão de meios de transporte movidos a combustão, fazer adaptações na dieta e consumir produtos de origem sustentável, como recomendado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Contudo, para mudar significativamente o cenário e as previsões para o futuro do clima, são necessárias grandes transformações em setores econômicos, o que requer medidas contundentes de governos e corporações.

JÉSSICA MAES / Folhapress

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