50 Best anuncia hoje os melhores restaurantes da América Latina

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A capital fluminense vive uma espécie de final da Libertadores gastronômica nos últimos três dias, com espanhol de diferentes países invadindo eventos, jantares e corredores de hotéis. Chefs e empresários estrangeiros estão no Rio para comparecer à cerimônia de premiação dos 50 melhores restaurantes da América Latina que acontece pela primeira vez no Brasil nesta terça (28), com início previsto para 20h.

Durante os últimos dias, o Rio foi palco de uma extensa programação -a depender do evento, cozinheiros brasileiros eram minoria se comparados a chefs vindos de países vizinhos como Chile, Argentina, Panamá, Colômbia, México, Bolívia e, é claro, Peru.

Vieram para a cerimônia no Brasil nomes como Virgilio Martinez, do Central, melhor restaurante da América Latina em 2022 e também o melhor do mundo segundo o ranking geral do 50 Best Restaurants de 2023. Os também peruanos Gastón Acurio e Micha, apelido do peruano Mitsuharu Tsumura, do Maido, terceiro melhor da América Latina, também estão na capital fluminense.

Neste ano, o Central, restaurante que mais esteve à frente na lista da América Latina, não pode mais faturar o primeiro lugar devido a uma regra que o torna inelegível depois de ter alcançado o primeiro lugar na lista mundial.

Portanto, são favoritos os nomes que estão na sequência do ranking do ano passado: a parrilla portenha Don Julio (2º) e o Maido (3º) -que já foi o primeiro colocado da região por três anos consecutivos, entre 2017 e 2019. A expectativa é que A Casa do Porco (4º colocada) também ganhe posições.

Na maioria das nove vezes em que o prêmio da América Latina foi realizado, os peruanos estiveram na posição número 1 -somente em 2020 o argentino Don Julio foi eleito o melhor do continente.

A cerimônia acontece em um momento delicado para o Brasil, que teve em 2023 seu pior desempenho no ranking mundial do 50 Best desde 2015, com apenas um colocado, A Casa do Porco. O restaurante dos chefs Janaina e Jefferson Rueda, no centro de São Paulo, foi eleito o 12º melhor na premiação geral -caindo cinco postos em relação ao ano passado, quando havia alcançado o 7º lugar, sua melhor posição. Em 2019, quando fez sua estreia na lista, ficou em 39º.

Além disso, alguns restaurantes brasileiros que fizeram parte da lista dos 50 melhores da América Latina em 2022 também caíram -e estão, agora, na lista ampliada que elenca posições que vão do número 51 a 100. Entre elas, estão o D.O.M, que foi do número 33 para o 55, e o Charco, que caiu do 35 para 56.

Outros brasileiros que se destacaram no ranking da América Latina do ano passado são Oteque (12º), Evvai (14º), Lasai (20º), Maní (21º) e Metzi (27º).

Receber a cerimônia do 50 Best no Brasil era, há tempos, um desejo da comunidade de chefs e donos de restaurantes -já que comparecem à cerimônia jurados e imprensa estrangeira, o que contribui para que restaurantes locais sejam visitados e tenham mais destaque em futuras edições do prêmio. O evento já aconteceu no Peru, na Colômbia, no México e na Argentina.

O World’s 50 Best Restaurants foi criado em 2002 e em 2013 a marca fez o lançamento de suas duas primeiras listas regionais: os 50 Melhores Restaurantes da Ásia e os 50 Melhores Restaurantes da América Latina. Quatro anos depois, começou a publicar também a lista dos 50 melhores bares.

Para chegar à lista final, o prêmio reúne votos de jurados, que escolhem dez estabelecimentos em ordem de preferência que tenham visitado pela América Latina. A única exigência é que pelo menos quatro deles sejam de fora da área ou continente que estão representando e que eles confirmem as datas em que estiveram nos restaurantes.

A regra foi incorporada desde que a lista passou a ser criticada pela possibilidade de haver viés e interesse entre os votantes e os chefs e seus restaurantes.

Outra regra é que aqueles que alcançarem o topo da lista são automaticamente transferidos para a categoria Best of the Best, e por isso não podem mais concorrer ao primeiro lugar.

A lista da América Latina do 50 Best tem um corpo de 300 jurados, divididos entre profissionais da gastronomia, como chefs e proprietários de restaurantes (34%), jornalistas e críticos (33%) e foodies (33%). Entre os votantes, há 50% de mulheres e 50% de homens e, a cada ano, 25% do time de experts é renovado.

“A realização da cerimônia de premiação no Brasil é positiva para toda a comunidade gastronômica e para o turismo. Os eventos que se sucedem nos dias em que são realizados inspiram novas ideias, gerando buzz no setor da restauração e impulsionando o fluxo de negócios”, diz Rosa Moraes, presidente da região do Brasil para o The World’s 50 Best Restaurants, que produz rankings regionais e globais.

MARÍLIA MIRAGAIA / Folhapress

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