SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Brasil deverá ter entre 620 e 630 atletas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, que começam daqui a um mês, em 20 de outubro. A última modalidade a definir os classificados, o atletismo, deverá levar uma delegação de até 70 atletas. Essas vagas serão confirmadas nesta quarta-feira (20) e a convocação deve sair nesta quinta (21).
De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), a lista final contava com 580 nomes nesta terça-feira (19), dos quais 28 do atletismo, classificados antecipadamente por terem sido campeões do Pan Júnior de 2021, dos Jogos Sul-Americanos de 2022 e/ou do Campeonato Sul-Americano de 2023.
MAIOR DELEGAÇÃO DA HISTÓRIA
Com outros 40 atletas, aproximadamente, que se classificaram pelo ranking continental do atletismo, a relação chega a pelo menos 620 atletas. Será a maior delegação já enviada pelo Brasil a uma competição esportiva no exterior, com uma centena de esportistas a mais do que o Pan passado, em Lima, em 2019.
Só no Pan do Rio, em 2007, o Time Brasil foi maior, com 659 atletas. Mas, naquela competição, o Brasil, como dono da casa, podia inscrever atletas em praticamente todas as provas.
PIU DENTRO, MAYRA FORA
Com exceção dos esportes coletivos, o Brasil terá praticamente força máxima em Santiago. No atletismo, havia a dúvida se Alison dos Santos aceitaria participar do torneio. Ele chegou a planejar tirar férias no período, mas refez a programação para ir ao Chile e só descansar depois do Pan.
A prova dele, os 400m com barreiras, promete pegar fogo em Santiago. Estão classificados (mas não ainda convocados) Kyron McMaster, vice-campeão mundial, das Ilhas Virgens Britânicas, Rai Benjamin, dos EUA, líder do ranking mundial, e o jamaicano Roshawn Clarke, recordista mundial júnior e quarto colocado do Mundial, uma posição à frente do brasileiro. Entre os 15 melhores do mundo ainda estão um costa-riquenho, um porto-riquenho e dois norte-americanos.
No judô, a convocação do Brasil foi anunciada ontem com a presença de quase todos os melhores do país no ranking mundial. A exceção é Mayra Aguiar, que passou o ano se recuperando fisicamente e só voltou a lutar no fim de semana passado. A CBJ não detalhou se a escolha foi da comissão técnica ou da judoca, que tinha vaga pelo ranking pan-americano. Samanta Soares vai lutar na categoria até 78kg.
MEDALHISTAS NO TÊNIS
No tênis, chama atenção a presença das medalhistas olímpicas Luisa Stefani e Luisa Pigossi, respectivamente 10ª e 130ª do ranking mundial de duplas. Como o Pan não vale nem pontos no ranking, nem premiação em dinheiro, é incomum que atletas com esse currículo se inscrevam.
No caso de Pigossi, a explicação pode ser a vaga olímpica para a campeã de simples. Em Tóquio, elas só conseguiram vaga de última hora, por desistência de outras atletas, sorte que pode não se repetir em Paris para classificar elas pelo ranking combinado das duas. Em duplas, o Pan não é classificatório para as Olimpíadas.
Além delas, o time feminino terá Carol Meligeni, que ganhou bronze em Lima-2019 com Luisa, e deverá jogar simples. No masculino, forma convocados Thiago Monteiro (117º do ranking de simples), Marcelo Demoliner (70º em duplas) e Gustavo Heide (294º de simples), que tem vaga por ter sido campeão dos Jogos Sul-Americanos. Thiago Wild, Marcelo Melo e Rafael Matos, mais bem ranqueados, ficaram de fora.
Outros desfalques vêm do surfe. O torneio é classificatório a Paris-2024, mas, como o Brasil já tem duas vagas no masculino, não poderia carimbar mais um passaporte pelo Pan. O time de shortboard (ou pranchinha), a versão mais popular do surfe, terá Krystian Kymerson e Marcos Correa. No feminino, força máxima, com Tati Weston-Webb, que vai a Paris, e Silvana Lima, que usará o torneio para tentar a vaga.
Nas demais modalidades individuais, o Brasil vai com o que tem de melhor à disposição, inclusive na ginástica artística, que terá Mundial na véspera. Já nos esportes coletivos os desfalques são vários, devido à coincidência com o calendário de clubes.
DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress