SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Minutos após a eliminação na Libertadores, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, não escondeu sua frustração com a queda e distribuiu alfinetadas em sua entrevista.
Questionado sobre um aspecto da partida, o treinador não gostou da abordagem e sugeriu que responderia o quer o jornalista gostaria de ouvir.
“Estamos no Brasil. Quem não conhece a imprensa brasileira? A imprensa brasileira é conhecida em todo mundo por isso. Quer que eu diga o que? Que o responsável da derrota sou eu? Eu sou o máximo responsável pela derrota de hoje”, disse Abel.
O palmeirense seguiu dando algumas respostas atravessadas, se esquivou de algumas perguntas, mas afirmou que o seu time teve mais possibilidades de vitória do que o rival.
Abel, no entanto, tratou de ressaltar a importância do goleiro Romero para o triunfo boquense. Abel foi direto e creditou ao jogador xeneize boa parte dos méritos:
“O fator decisivo pro Palmeiras não estar na final foi o goleiro do Boca, o resto é tudo suposição”.
O que mais Abel falou
Abel se declara culpado por eliminação: “Estamos no Brasil… Quem não conhece a imprensa brasileira? A imprensa brasileira é conhecida em todo mundo por isso. O que você quer que eu diga? Que eu sou o responsável? O responsável máximo, e não é a primeira vez que eu digo isso, sou eu. Então, vou te dizer: eu sou o máximo responsável pela eliminação”
Abel sobre suas escolhas em relação ao time que vai a campo: “Quem é o treinador dessa equipe? Quem é que faz tudo para o Palmeiras ganhar? Quem é que está com eles todo dia? Então, é isso. Não tenho mais nada a falar”
Crias da Academia mudaram o jogo?: “O Luis e o Kevin entraram bem, aproveitaram a lesão do Dudu para se impor. Basta ver a média de idade do nosso adversário, lá eles foram ligeiramente superiores, e aqui fomos muito superiores. Vamos falar de fatos. Veja a quantidade de chances que criamos. Não é assim que funciona o futebol, na base do se. Eu durmo na casa que eu faço. Eu vou com as minhas ideias, e não com as ideias dos outros. Tudo o que faço dentro do clube é o melhor com o recurso que temos. Acabamos vítimas do próprio sucesso”.
Goleiro do Boca é outro personagem decisivo: “Entendo as perguntas sobre os garotos, esses ‘se’ que vocês perguntam, mas o futebol é assim. Vejo o futebol de um jeito, e é por isso que sou treinador e vocês jornalistas. Será que tudo o que eu faço é para não ganhar o jogo? Queríamos muito estar na final, mas o Boca venceu. O goleiro do Boca fez a diferença, ele sim fez a diferença. Esse é o fato, todo o resto é “e se”, “e se”. Seguimos o nosso plano, mas desta vez houve o goleiro do adversário que não deixou seguirmos no caminho”
Briga pelo título brasileiro: “Não vou alterar o que disse. Conhecendo o futebol brasileiro, o futebol sul-americano nesses três anos, não altero uma vírgula daquilo que eu disse. O Botafogo tem tudo para ser campeão”.
Abel tinha um plano, mas Boca tinha Romero: “Nós seguimos o plano… Só que, dessa vez, houve um goleiro que não deixou que o plano seguisse o caminho certo. Dar os parabéns para ele”.
Palmeiras é vítima do próprio sucesso: “Nós vamos ser vítimas do próprio sucesso… Quando eleva o sarrafo a esse nível e não consegue entregar o que já entregou… Mas é bom que não se esqueçam que além dos jogadores que valorizamos, além dos títulos financeiros, além dos objetivos financeiros que conquistamos com os resultados, queríamos muito estar na final”.
Futebol é cruel: “Na minha opinião, nos dois jogos, nós tivemos mais oportunidades para fechar a eliminatória. Mas o futebol é cruel. Vocês viram ontem… Uma equipe tem três oportunidades claras para matar o jogo, não mata e perde”.
Crítica aos 5 minutos de acréscimo: “O Boca veio com uma clara intenção e conseguiu. Cinco minutos de acréscimo é patético. Nada o que eu disser aqui vai mudar o resultado”.
CAROLINA ALBERTI E FLAVIO LATIF / Folhapress