SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Uma ação policial no bairro de Tancredo Neves, periferia de Salvador, terminou com seis suspeitos mortos e um policial ferido nesta segunda-feira (20).
Com este caso, a Bahia registra ao menos 19 mortes decorrentes de intervenção policial em novembro, segundo informações divulgadas pelos órgãos de segurança do estado.
A identidade dos mortos na ação policial desta segunda-feira não foi divulgada. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que equipes da tropa especializada Rondesp Central faziam patrulhas em uma localidade do bairro conhecida como Buracão.
Os policiais perceberam a presença de um grupo armado, que teria disparado contra as viaturas. De acordo com a polícia, houve confronto e seis homens acabaram feridos.
Eles foram levados para o Hospital Roberto Santos, mas morreram. Na mesma ação, policial militar foi atingido de raspão por um tiro e levado para um hospital. Não foram divulgadas informações sobre seu estado de saúde.
A polícia informou que foram encontradas três pistolas, três revólveres, carregadores, munições e drogas com os suspeitos que foram mortos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que os suspeitos mortos eram traficantes que atentaram contra uma viatura da Polícia Militar na última quarta-feira (15). Também disse que o policiamento foi reforçado na região.
As circunstâncias das mortes serão investigadas pela Polícia Civil da Bahia.
O caso se soma a uma série de operações na Bahia que resultaram em mortes decorrentes de intervenção policial, em sua maioria jovens negros das periferias.
Em 2022, a Bahia foi o estado com maior número absoluto de mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências, superando o Rio de Janeiro. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.
Além do caso registrado nesta segunda-feira em Salvador, houve registro de outras mortes em decorrência de intervenção policial em novembro nas cidades de Jequié, Candeias, Queimadas e Cruz das Almas.
O estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT) enfrenta uma crise na segurança pública com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial com epicentro nas periferias das cidades.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.
JOÃO PEDRO PITOMBO / Folhapress