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Achou que a taxa Selic ia cair em um futuro próximo? Achou errado –ou, ao menos, é o que dizem as projeções.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Achou que a taxa Selic ia cair em um futuro próximo? Achou errado –ou, ao menos, é o que dizem as projeções, sufoco da gripe aviária no Brasil chega perto do fim, Gautam Adani não teme os fantasmas do passado, o sonho da energia de fusão nuclear.

*JUROS MAIS ALTOS, POR MAIS TEMPO*

Só levar a Selic a 15% ao ano não é suficiente. O Copom (Comitê de Política Monetária), que decide a taxa básica de juros do Brasil, indicou que as projeções iniciais para ela podem ter de ser revisadas –para cima.

Como assim? O comitê divulgou ontem a ata da sua última reunião, que aconteceu nos dias 17 e 18 de junho, também conhecidos como terça e quarta-feira passadas.

O documento menciona cinco vezes o plano de manter a taxa de juros em nível elevado durante um período “bastante prolongado”. Ficou claro ou quer que desenhe?

A taxa Selic está no maior patamar desde julho de 2006.

Por quê? O colegiado avalia que a atividade econômica continua alta, dificultando a desaceleração da inflação.

A taxa de desemprego está baixa, a renda das famílias está maior e as pessoas estão com vontade de gastar –ainda que a conta de luz e alguns alimentos estejam pressionando os bolsos brasileiros.

Se a inflação não desacelerar, o Banco Central falha em uma de suas principais missões: fazer com que a taxa de aumento do nível dos preços fique dentro da meta estipulada.

Para 2025, a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo;

No ano passado o objetivo era o mesmo, mas não rolou. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), principal índice da inflação, terminou 2024 em 4,83%.

👁️ Olhos no futuro. O BC (e boa parte dos economistas) trabalha olhando para o longo prazo. Quando falamos de política monetária, em geral, estamos pensando no longuíssimo prazo.

Isso significa que, ao tomar decisões agora, o Copom já está mirando a meta da inflação de 2026 –por isso, já sabem que é provável que seja necessário manter os juros na estratosfera por um bom tempo.

Mudanças. Antes do encontro, no boletim Focus publicado na segunda-feira da semana passada, analistas apontavam projeções que a Selic terminaria o ano em 14,75%. No desta semana, a projeção final é de 15%.

O documento também mostrou que os economistas seguem apostando em uma inflação menor e em um PIB (Produto Interno Bruto) maior.

*FIM DO SUFOCO*

O Brasil passou por um sufoco e tanto nos últimos meses –um que você acompanhou de perto, se é leitor assíduo desta newsletter. Desde maio, os avicultores estão tensos, com medo de estar vendo o início de uma epidemia de gripe aviária no país. Aparentemente, já passou.

Vamos ao que aconteceu desde que falamos sobre o assunto pela última vez por aqui.

Fim do isolamento. O Brasil passou com sucesso pelo período de “vazio sanitário”, quando deveria passar 28 dias sem novos casos da influenza em granjas comerciais.

A OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) considerou o caso encerrado, depois de avaliar documentos e procedimentos executados pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e autoridades sanitárias brasileiras.

O aval do órgão internacional era importante como um sinal verde para os países que suspenderam as importações da carne de frango brasileiro, para que pudessem retomar as compras com confiança.

A exportação da carne de frango in natura do Brasil teve uma queda de cerca de 25% em volume pela média diária nas duas primeiras semanas de junho, na comparação com dados do mesmo mês do ano passado.

Deu certo? Aparentemente, sim. Dezessete países, entre eles o Japão (cliente importante) retiraram as restrições para a compra de carne de aves do Brasil.

Os japoneses ficaram em terceiro lugar no ódio de quem compra mais frango daqui em 2024.

Em nota, a pasta que comanda a agricultura disse que ainda está articulando com as autoridades sanitárias dos países importadores para restabelecer o fluxo comercial.

🥚 Quem tem, tem medo. A gripe aviária não é brincadeira e todo o circo em volta dela não é à toa. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e o único entre os grandes vendedores da commodity sem infecções expressivas pela H5N1 em granjas comerciais.

Nos Estados Unidos, o espalhamento da doença é um problemão. No início deste ano, o preço dos ovos disparou –uma dúzia chegou a custar R$ 74.

As exportações de ovos para os americanos cresceram 996% só neste ano.

*QUEM TEM MEDO DO ADANI*

Tem gente que não tem medo do perigo. Ou, simplesmente, não acha que aquilo que a maioria considera perigoso represente algum risco. Não sabemos qual o caso do bilionário indiano Gautam Adani, mas ele não ligou para o que os Estados Unidos têm a dizer.

O investidor está tocando seus gordos investimentos e esquecendo as ameaças de acusações criminais nos EUA.

💵 “In cash”. O presidente do Grupo Adani anunciou gastos de capital de US$ 15 bilhões (R$ 82,6 bilhões) a US$ 20 bilhões (R$ 110,2 bilhões) por ano pelos próximos cinco anos, em uma reunião anual da empresa focada em infraestrutura.

Ainda, revelou um financiamento de US$ 1 bilhão (R$ 5,51 bilhões) para negócios em aeroportos de fundos geridos pela Apollo e pela BlackRock.

↳ O Grupo Adani é um dos maiores conglomerados industriais da Índia. Fundado por Gautam nos anos 80, hoje opera nos setores de energia, portos, aeroportos, entre outros (como a mídia).

Na berlinda. Em novembro do ano passado, promotores americanos acusaram o empresário, junto de outras sete pessoas, de ter conexões com um suposto esquema de anos para subornar funcionários indianos em troca de serem favorecidos em contratos de energia solar.

Ele nega as acusações, feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela Comissão de Valores Mobiliários de lá. Ainda ontem, disse que a “governança [do Grupo] tem padrões globais”.

↳ Os americanos também olham com um pé atrás para o relacionamento próximo entre Adani e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e os dois têm colaborado em várias obras de infraestrutura no país.

Outra história que pesa (muito) sobre o ex-homem mais rico da Ásia são acusações feitas em 2023 de que o grupo teria manipulado preços de ações e executado fraudes contábeis através da empresa extinta Hindenburg Research, com sede em Nova York.

🌊 Águas passadas (?) Ainda que a marca gere olhares tortos de alguns, a confiança de instituições importantes do mercado financeiro ajuda a dar um novo vigor a ela. Será a volta por cima?

*TANTA ENERGIA QUANTO NO SOL*

A tecnologia guarda algumas promessas que aguardamos há décadas. Entre as mais fantasiosas estão os carros voadores, os robôs humanoides pensantes e o teletransporte. Longe de Hollywood e mais perto da realidade, há a energia de fusão –almejada como um potencial oásis de eletricidade barata e quase infinita.

Algumas empresas americanas, em parceria com o governo do país e de outras nações que desejam trazer a novidade para si, estão investindo bilhões na fusão nuclear –sem certeza alguma de retorno.

☀️ Como no Sol. O princípio é extrair energia de reações atômicas como as que acontecem no Sol e em outras estrelas. Núcleos de átomos leves, como os de hidrogênio, se fundem e formam elementos mais pesados, como o hélio. Neste processo, liberam grande quantidade de energia.

Capturar e comercializar essa carga seria uma forma de distribuir eletricidade limpa e abundante, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.

Mas…o processo ainda é custoso e exigente. É mais caro e complicado executar a fusão do que a energia que sai dela poderia render lucro.

Sem desistência. Investidores acreditam tanto na rentabilidade que o método pode ter no futuro que estão injetando boladas em pesquisas e inovações –e estão animados com o progresso.

Mais de US$ 8 bilhões (R$ 44 bilhões) foram colocados em startups de fusão, a maior parte nos últimos quatro anos.

Projetos nos Estados Unidos e na Europa saíram na frente, mas a China já está nesta corrida também, com patrocínio do governo, fator que aumenta a pressão sobre o Ocidente.

“Muitas pessoas pensavam que estávamos perseguindo fantasmas”, disse Michl Binderbauer, da TAE Technologies, que se associou ao Google para construir um reator de fusão no sul da Califórnia.

Cheios de esperança…é como estão os pesquisadores, e claro, o governo americano, que apostou grande nos lucros da empreitada.

“A fusão atingiu aquele ponto de inflexão onde as coisas vão acontecer rapidamente”, disse o secretário de Energia do governo americano, que estudou o assunto no MIT (Massachusetts Institute of Technology) há anos.

*O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER*

🕹️ Cresceu. Nintendo mira público adulto com funções do novo Switch.

✈️ Alívio. A Justiça dos EUA ouviu as orações da Azul e liberou o fornecimento de combustível para a companhia (mesmo inadimplente).

🗯️ “Burro”…é como Donald Trump adjetivou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em mais uma rodada de insultos.

🍫 Caso Cacau Show. É uma boa chamada de atenção para franqueados. Veja dicas de como não cair em furadas em negócios do tipo.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

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