Acidente durante passagem do tatuzão abre cratera em obra de metrô em SP

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma cratera se abriu nesta quinta-feira (12) após um deslizamento de terra em uma obra da linha laranja do metrô, no bairro Bela Vista, em São Paulo.

O QUE ACONTECEU

Segundo a Defesa Civil, o desabamento aconteceu por volta das 12h25. A obra fica localizada na rua Rui Barbosa.

A Concessionária Linha Uni informou que o acidente ocorreu durante a passagem do ”tatuzão” no poço VSE Almirante Marques. A empresa explica que houve um “solapamento parcial do solo” dentro do canteiro de obras.

Não há registro de vítimas. Segundo a concessionária, o ocorrido não oferece riscos à população. O Corpo de Bombeiros e a equipe técnica foram acionados para a ocorrência e estão no local.

“A Linha Uni reforça que mantém comunicação contínua com a comunidade e está atuando para minimizar qualquer impacto a moradores e comerciantes da região”, disse a concessionária Linha Uni.

“Barulho muito alto”. A nail designer Kanandra Santos, que trabalha em uma galeria ao lado da obra, contou ao UOL que ouviu um barulho forte por volta das 12h30. Ela disse que os trabalhadores do local “sempre tiveram medo” da obra e ficaram assustados.

“Estava com cliente na hora do desabamento e fez um barulho muito alto. Todo mundo saiu para ver”, disse Kananda Santos, ao UOL.

LINHA LARANJA DEVE SER ENTREGUE EM 2028

O prazo aparece em um relatório de administração publicado em março pela concessionária Linha Uni, responsável pela gestão e obra do projeto. Caso todo o prazo seja usado, a linha, que ligará a zona norte à região central, será entregue somente em 2028.

Lançada em 2008 pelo então governador de São Paulo José Serra (PSDB), a linha 6-laranja do metrô deveria ter sido inaugurada em 2012 — essa era a previsão para a entrega do maior trecho, da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, até a estação São Joaquim, no centro.

As obras começaram com atraso em 2015. No ano seguinte, o Move São Paulo alegou não ter dinheiro e nem linha de crédito e abandonou o projeto. A obra ficou parada por cinco anos no total e foi retomada no fim de 2020.

Ao todo, estão previstas 15 estações —desde a região da Brasilândia até o centro da capital paulista, na ligação com a linha 1-Azul. Com ônibus, esse percurso dura entre uma hora e meia e duas horas. Com o metrô, a estimativa é que os passageiros gastem 23 minutos.

HISTÓRICO DE CRATERAS

Em fevereiro de 2022, um desmoronamento nas obras da linha 6-laranja interditou um trecho da Marginal do Tietê. Imagens aéreas mostraram uma cratera que se formou na lateral da pista, com pedaços de asfalto cedendo. Uma caixa d’água acabou sendo engolida.

Em junho, a obra de construção da linha laranja do metrô de São Paulo causou uma cratera na Avenida Ministro Petrônio Portela, na altura do bairro Freguesia do Ó.

LUANA TAKAHASHI E LORENA BARROS / Folhapress

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