SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A mulher e duas enteadas do indigenista Sydney Possuelo, ex-presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), morreram em um acidente na rodovia BR-20, em Goiás, nesta terça-feira (5). O carro em que elas estavam bateu de frente contra um caminhão que vinha na direção oposta, levando uma carga de algodão.
Rosita Mascarenhas Watkins, 64, e as filhas Karla Mascarenhas Watkins, 47, e Michelle Mascarenhas Watkins, 43, morreram no local do acidente.
O neto de Rosita, um menino de dez anos, estava no banco traseiro do carro no momento da batida e não sofreu lesões aparentes, segundo o Corpo de Bombeiros. Ele foi levado até a cidade de Formosa, a poucos quilômetros de distância, para receber atendimento médico.
O motorista da carreta, que tem 34 anos, não se feriu. Aos bombeiros, ele disse que seguia em direção à cidade de Formosa no momento do acidente, enquanto o veículo de passeio seguia rumo à Bahia.
Há sete anos Rosita era companheira de Possuelo, um dos principais sertanistas do país -de 1991 a 1993, período em que presidiu a Funai, participou da demarcação de mais de 160 terras indígenas.
Ela própria era defensora dos direitos dos povos indígenas e ativista social, e por duas décadas trabalhou na Embaixada do Reino Unido. Atualmente, trabalhava na produção de documentário internacional sobre a Amazônia e a trajetória de Sydney Possuelo.
Nesta quarta (6), a Funai publicou uma nota de pesar e solidariedade aos familiares das vítimas. “A Funai lamenta profundamente a perda e manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos das vítimas diante dessa tragédia”, diz nota publicada pelo órgão.
A presidente da fundação, Joenia Wapichana, também se manifestou. “Rosita era amiga de todos. Recebeu a gente na casa dela com amigos. Tinha a consideração de me ligar perguntando se eu estava bem, e dizia que podia contar com eles. Sempre foi muito atenciosa e solidária”, disse Joenia, que esteve com Rosita pela última vez em 28 de julho, durante um evento convocado pelo cacique Raoni Metuktire na aldeia Piaraçu, em Mato Grosso.
LEONARDO ZVARICK / Folhapress