SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em alta de 0,72% nesta terça-feira (8), com investidores digerindo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada pela manhã. O documento mostrou que o comitê concordou de forma unânime em manter o ritmo de cortes dos juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, julgando como “pouco provável” maiores reduções.
Às 9h11, o dólar estava cotado a R$ 4,9315 para venda. Já o dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,62%, a R$ 4,9520.
Após a ata do Copom, o mercado aguarda a divulgação de dados de inflação na China, que podem dar pistas sobre o estado da economia do país. A desaceleração das atividades vem preocupando investidores ao longo do ano.
Na segunda (7), o dólar registrou mais um dia de alta e subiu 0,39%, cotado a R$ 4,894, acompanhando a tendência do exterior.
Já a Bolsa brasileira teve desempenho negativo e chegou a perder os 119 mil pontos na mínima do dia, passando por realização de lucros em meio a uma agenda fraca de indicadores. Baixas do setor financeiro e das “small caps” pressionaram o Ibovespa, que fechou em queda de 0,10%, aos 119.379 pontos.
“As empresas que vinham numa boa performance estão enfrentado certa realização [de lucros] por conta da ausência de notícias mais específicas. O mercado está em compasso de espera e no aguardo de decisões sobre o avanço do arcabouço fiscal e da Reforma Tributária”, diz Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.
A realização de lucros ocorre quando investidores vendem papéis que tiveram rápida valorização, para efetivar seus ganhos.
Além disso, os juros futuros registraram alta nesta segunda e também pressionaram a performance das small caps. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 subiram de 12,47% para 12,48%, enquanto os para 2025 foram de 10,48% para 10,55%, com investidores ajustando posições antes da divulgação da ata do Copom e diante do avanço dos rendimentos dos títulos americanos.
A sessão também foi negativa para o setor bancário, com Itaú e Bradesco ficando entre os papéis mais negociados da sessão e registrando perdas de 0,79% e 0,71%, respectivamente.
Na ponta positiva ficaram a Petrobras e a Vale, que são as maiores da Bolsa e atenuaram a queda do Ibovespa. A petroleira teve alta de 0,63%, ensaiando recuperação de fortes perdas recentes após a divulgação de seu balanço do segundo trimestre, enquanto a mineradora subiu 0,31%, em dia de alta do minério de ferro no exterior.
No câmbio, o dólar acompanhou o exterior e teve alta ante o real. O índice que mede o desempenho da moeda americana ante outras divisas fortes ficou estável, mas países exportadores de commodities foram especialmente afetados pelo declínio de preços dos produtos no exterior.
“As commodities estão em baixa, principalmente o petróleo, o que está puxando um pouco essa valorização do dólar frente as moedas emergentes. Também há um pouco de reflexo da Europa, com os dados da Alemanha”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
A produção industrial da Alemanha caiu 1,5% em junho, em comparação com o mês anterior, conforme o escritório federal de estatísticas. Analistas consultados pela Reuters previam queda de 0,5%.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários tiveram alta em meio ao otimismo sobre os dados de inflação que serão divulgados nesta semana. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,90%, 1,16% e 0,61%, respectivamente.
Redação / Folhapress