SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O nível do rio Acre está a apenas 12 centímetros da menor cota já registrada na história, 1,25 m, em outubro de 2022. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, o nível chegou a 1,37 m na capital nesta quarta-feira (21). A situação é considerada preocupante.
O Acre vive uma das piores secas de sua história, situação que levou a Defesa Civil Nacional a reconhecer a situação de emergência em 21 cidades do estado: Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Bujari, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Manoel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rodrigues Alves, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira, Senador Guiomard, Tarauacá e Xapuri.
Com o reconhecimento, as prefeituras podem pedir recursos ao governo federal para ações da Defesa Civil.
Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), os impactos da seca extrema são notados nas duas bacias que formam o rio Acre: a do Purus e a do Juruá, colocando em risco o acesso de comunidades à água potável e alimentos.
O órgão informa que em muitos pontos onde havia água hoje existem grandes bancos de areia às margens dos rios.
O governo do Acre decretou na terça-feira (20) situação de emergência em saúde pública devido à intensificação da seca, fumaça e da condição vulnerável da população por causa do consumo de água imprópria.
A medida, publicada no Diário Oficial do Estado, autoriza a adoção de ações emergenciais.
Além da escassez hídrica, o estado enfrenta o aumento de focos de incêndio, em uma condição climática com baixos índices de chuva, altas temperaturas e umidade relativa do ar reduzida.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o ambiente é propício para a proliferação de bactérias, o que causa surto de doenças infecciosas.
“É importante entender que a fumaça e a baixa umidade do ar podem causar vários problemas de saúde. A fumaça contém partículas finas que podem irritar os olhos, nariz e garganta, além de agravar doenças respiratórias como asma e bronquite. Já a baixa umidade do ar pode ressecar as vias aéreas respiratórias e a pele, além de aumentar o risco de infecções respiratórias”, diz Marcos Malveira, coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde do estado.
No dia 30 de julho, o governo do Acre já havia decretado emergência no estado devido à seca que atinge toda a região amazônica, causando desabastecimento de água, queimadas e erosões.
Redação / Folhapress