SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A poeta mineira Adélia Prado é a vencedora do Prêmio Machado de Assis, oferecido pela Academia Brasileira de Letras anualmente em celebração ao conjunto da obra de escritores nacionais.
Prado é uma das maiores poetas vivas do Brasil, e, aos 88 anos, ainda está em plena atividade, prestes a lançar “Jardim das Oliveiras” no segundo semestre deste ano.
A coletânea será publicada pela Record depois de a autora passar pelo que chamou de “deserto criativo” desde a edição de seu último livro, “Miserere”, mais de dez anos atrás.
O prêmio de R$ 100 mil que vem com a distinção da ABL celebra os mais de 20 livros publicados por Prado numa carreira que cobre mais de cinco décadas e aborda, entre prosa e verso, as mais diversas temáticas relativas a sexo, religião, natureza e morte.
Esta não é a primeira vez em que a autora recebe uma premiação pelo conjunto de sua obra. Em 2016, por exemplo, ela se tornou a primeira mulher a vencer nesta categoria no Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura.
Prado também já foi indicada para a ABL em 2001, por um grupo de personalidades que desejavam que ela ocupasse a vaga deixadapor Jorge Amado, mas Zélia Gattai, a viúva do escritor, acabou escolhida para a cadeira. A mineira nunca foi eleita imortal, apesar da amplidão deseu reconhecimento público.
O prêmio Machado de Assis será entregue em 19 de julho, data de aniversário da ABL. Um dos mais tradicionais louros da literatura brasileira, batizado em homenagem a um dos fundadores da instituição, o prêmio é distribuído desde 1941. No ano passado, a ganhadora a escritora foi Marina Colasanti -depois de 20 anos sem mulheres premiadas, a ABL celebra escritoras por dois anos seguidos.
Antes de Colasanti, a última mulher escolhida para receber o prêmio foi Ana Maria Machado, também reconhecida pela literatura infantil e uma das raras mulheres imortais da Academia hoje.
Nos últimos anos, o prêmio reconheceu autores como Roberto DaMatta, João José Reis, Ignácio de Loyola Brandão, Silviano Santiago e Ruy Castro. Ao longo da história, receberam a distinção alguns dos nomes formativos da literatura do país, como Cecília Meireles, Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz e Érico Verissimo.
Redação / Folhapress