SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – A estudante Katrina Bormio Silva Martins, 16, morreu após ser atingida por um tiro durante um tumulto na saída de um rodeio em Promissão, no interior de São Paulo, na madrugada de domingo (4).
O suspeito de ser o autor do disparo que matou a adolescente é o delegado Vinícius Martinez. Ele chegou a ser preso em flagrante após o ocorrido, mas foi solto 24 horas depois, ao passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (5).
Segundo o advogado Augusto Mendes Araújo, que defende o delegado, a Justiça concedeu liberdade provisória ao suspeito mediante o pagamento de uma fiança no valor de 20 salários mínimos (R$ 28.240).
“Ele também está proibido de ir à cidade de Promissão e não pode ter contato com os familiares da vítima ou testemunhas”, acrescenta o advogado.
Ainda de acordo com a defesa, o delegado, que atua nas cidades de Getulina e Lins, também no interior do estado, não foi afastado de suas funções na Polícia Civil.
“Assim como a defesa, a Justiça entendeu que não houve dolo no caso. O Vinícius atirou para o chão na tentativa de controlar a confusão e defender os policiais. Ele está muito consternado com tudo o que aconteceu e se solidariza com a dor da família”, afirmou Araújo.
Segundo informações do boletim de ocorrência, o disparo que atingiu a adolescente aconteceu após um homem tentar entrar com bebidas alcoólicas no recinto, o que não era permitido. O homem, que estaria alterado, teria desacatado policiais militares.
Na tumulto, o delegado teria atirado. Katrina estava do lado de fora do recinto aguardando o pai buscá-la quando foi atingida. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Geral de Promissão, mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade.
O corpo da adolescente foi enterrado nesta segunda-feira no cemitério de Promissão.
A reportagem tentou contato com a família da adolescente, porém, segundo um familiar que não quis se identificar, todos estão muito abalados e não quiseram se manifestar.
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo afirmou que a Corregedoria da Polícia Civil apura a conduta do delegado “na tentativa de detenção de um suspeito por desacato a policiais militares” e que a arma usada na ação foi apreendida.
SIMONE MACHADO / Folhapress