SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Membros do Comando Vermelho julgaram e decidiram executar os adolescentes sequestrados e mortos após saírem de um shopping em Campos dos Goytacazes (RJ). A informação foi dada pelo delegado responsável pelo caso, Alexandre Netto, em coletiva de imprensa.
Crime foi motivado por uma desavença envolvendo facções criminosas. À polícia, testemunhas informaram que um dos grupos morava na comunidade de Santa Helena, dominada pelo Primeiro Comando Puro, e o outro grupo morava na Baleeira, comandada pelo CV.
Os adolescentes já se conheciam e, após um deles fazer um sinal em alusão ao CV dentro de um shopping, eles discutiram. A discussão acabou, mas, em menor número, três adolescentes da comunidade de Santa Helena foram abordados pelos adolescentes da Baleeira na saída do shopping.
Adolescentes foram levados para casa abandonada perto do Rio Paraíba do Sul. Lá, eles foram torturados e levados para julgamento na Ilha do Cunha.
O julgamento dos adolescentes foi realizado por membros ligados diretamente ao tráfico, informou a polícia. No local, o “veredito” foi de que todos deveriam morrer.
Terceiro adolescente sequestrado sobreviveu porque arma falhou. Segundo o delegado, ele seria o primeiro a morrer, mas fugiu quando os suspeitos tentaram atirar na cabeça dele. Enquanto a vítima corria, ela foi baleada nas pernas. Ainda assim, conseguiu fugir a nado pelo Rio Paraíba do Sul. O depoimento do sobrevivente foi usado para esclarecer parte do crime, informou Alexandre Netto.
Três adolescentes foram apreendidos e outros três maiores de idade envolvidos no crime foram identificados pela polícia. O delegado considera a investigação complexa porque pessoas diferentes participaram do sequestro, da tortura, do julgamento e da execução dos adolescentes.
Possibilidade de retaliação é considerada pela polícia. Operações da civil e da PM são realizadas nas duas comunidades para “dissuadir conflitos”, informou o delegado.
“A investigação é complexa porque envolve vários adolescentes que estavam em lugares diferentes. Nós tivemos adolescentes que participaram do início ao fim, adolescentes que só participaram da execução e adolescentes que só estavam no interior da casa no momento que as vítimas foram torturadas”, disse Alexandre Netto, delegado da PCERJ, em declaração à imprensa.
Redação / Folhapress