RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro tenta localizar a advogada Anic Peixoto de Almeida Herdy, 54, desaparecida após ter sofrido um suposto sequestro em Petrópolis (RJ), no dia 29 de fevereiro.
Quatro pessoas estão presas suspeitas de participar do crime -entre elas, um homem que se passava por policial federal e trabalhava para a família de Anic.
A advogada é casada Benjamin Cordeiro Herdy, um dos filhos do fundador de um complexo educacional na Baixada Fluminense.
A advogada sumiu após sair de um shopping em Petrópolis, onde morava, na região serrana do Rio. No mesmo dia, seu marido recebeu uma mensagem que exigia o resgate de R$4,6 milhões para libertá-la.
Mesmo com o pagamento realizado, Anic não apareceu e seu paradeiro ainda é desconhecido. A polícia diz acreditar que ela tenha sido assassinada.
Em maio, a polícia prendeu quatro pessoas, entre elas Lourival Corrêa Netto Fadiga, que trabalhava para a família havia três anos. Os outros detidos são parentes dele.
Em nota, o advogado Paulo Tostes, que atua na defesa de Fadiga, afirmou que “ainda não foi formalmente notificado sobre a acusação contra seu cliente”.
As suspeitas da polícia recaem sobre o ex-funcionário que atuava na segurança da família porque ele ficou encarregado do pagamento do resgate. No mesmo dia em que o pagamento do resgate foi realizado, em dinheiro em espécie, o funcionário fez a compra de uma caminhonete no valor de R$ 500 mil, uma moto, e 950 celulares.
Todo o pagamento dessas compras foi realizado em dinheiro. Além disso, ele aconselhou a família a não procurar a polícia, segundo os familiares de Anic, o que retardou o início das investigações.
Após o pagamento do resgate, uma mensagem foi enviada do celular de Anic, supostamente escrita por ela. A polícia suspeita que os sequestradores tenham escrito a mensagem enviada ao marido. Nela, a advogada dizia que havia simulado o sequestro porque queria o dinheiro para fugir com um homem.
“A inicial da ação penal também destaca que o marido da mulher desaparecida realizou mais de quarenta transferências bancárias por orientação do funcionário e em contas por ele indicadas para aquisição de dólares, também para pagamento do resgate”, afirmou a Promotoria.
O Ministério Público acrescentou, ainda, que há “suspeitas de que a vítima sequestrada foi assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado, motivo pelo qual as investigações prosseguirão em procedimento investigatório criminal próprio. Também há indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que serão devidamente apurados”.
BRUNA FANTTI / Folhapress