BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O advogado criminalista Pedro Cassimiro Queiroz Mendonça, 40, morreu após ter sido alvo de três dezenas de tiros na última segunda-feira (27), próximo ao Fórum de Ibirité (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte.
Um vídeo de câmera de segurança de uma área próxima ao local do crime mostra o advogado caminhando enquanto olha para o celular e, cerca de dois minutos depois, as pessoas correm no sentido contrário. Cassimiro foi enterrado na terça (28), no cemitério de Ibirité.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito atirou cerca de 30 vezes contra a vítima e fugiu do local em um carro com placa clonada. Ele segue foragido. O veículo foi encontrado pelos policiais na manhã desta quarta-feira (29), carbonizado. Nada foi levado do advogado.
O presidente da seção mineira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Sérgio Leonardo, disse que os policiais ainda não informaram a principal linha de investigação. Segundo ele, existem ao menos duas possibilidades como motivação para o crime.
“Uma delas envolve um cliente eventualmente insatisfeito com uma decisão judicial e que resolveu punir o advogado”, afirmou Leonardo.
“Uma outra linha que surgiu através da nossa comissão de direitos humanos é a de que ele estaria fazendo denúncias contra o sistema prisional, e poderia ter sido uma retaliação nesse contexto. Mas nós não temos como afirmar a procedência de nenhuma delas”, completou o presidente da OAB-MG.
A Polícia Civil de Minas Gerais disse que instaurou um inquérito para apurar o crime e que o corpo foi liberado após passar por perícia.
A investigação é de responsabilidade da delegacia de homicídios de Ibirité. A OAB-MG criou uma comissão para acompanhar de perto as investigações.
A morte de Cassimiro é o segundo caso de notoriedade no país envolvendo o assassinato de um advogado à luz do dia.
Em fevereiro, Rodrigo Marinho Crespo, 42, foi morto em frente à sede estadual da OAB, no centro do Rio. Em abril, a Justiça decretou a prisão preventiva de três homens suspeitos da execução.
Para o presidente da OAB-MG, casos como esses levantam o debate sobre a liberação do porte de armas para a categoria.
“É um tema majoritário na advocacia mineira, pelo menos no interior. Está na hora de a OAB, inclusive a OAB nacional, ter coragem de enfrentar esse assunto”, afirmou.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress