SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com uma única proposta, o leilão de concessão dos serviços de água e esgoto do Piauí foi vencido pela Aegea. O grupo ofereceu um desconto de 1% sobre a tarifa básica e o valor de outorga mínimo de R$ 1 bilhão, saindo vencedor do certame desta quarta-feira (30), na sede da B3, em São Paulo.
Maior operador privado do setor, o grupo já é responsável pelo saneamento da capital Teresina desde 2017 e, agora, vai assumir a operação em 222 municípios do Piauí praticamente todo o território do estado, com exceção de duas cidades que seguirão com serviço municipal
A concessão terá duração de 35 anos e prevê investimentos de R$ 8,6 bilhões.
O leilão desta quarta acontece após tentativa frustrada de concessão do projeto em agosto. Na época, o edital previa o pagamento total da outorga antes da assinatura do contrato, motivo que afastou grupos e provocou o adiamento do certame.
O projeto passou então por mudanças, estabelecendo o pagamento da outorga em parcelas. A expectativa de pessoas que acompanham o setor era de que o leilão tivesse algum nível de competição após a nova modelagem. Grupos como Iguá e Equatorial chegaram a estudar o projeto, segundo o governo estadual. No entanto, apenas a Aegea apresentou proposta.
O Piauí é um dos estados mais atrasados do Brasil no saneamento. Dos dez municípios com piores redes de esgoto do país, sete estão lá, segundo dados do Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o Governo do Piauí, a concessão tem o objetivo de universalizar os serviços, atendendo 99% da população com água até 2033 e 90% com esgotamento sanitário até 2040.
O projeto, modelado pelo Executivo estadual, incluiu também a população rural, sem se limitar à zona urbana dos municípios, uma novidade em leilões de saneamento.
A outorga de R$ 1 bilhão apresentada pela Aegea será dividida em parcelas: a primeira, de R$ 250 milhões, logo na entrada, antes da assinatura do contrato; a segunda, também de R$ 250 milhões, a ser paga no ato da transferência da operação; e o restante ao longo de 20 anos.
A concessão do projeto acontece em uma semana marcada por uma série de leilões de ativos de infraestrutura no país, que prevê, no total, mais de R$ 23 bilhões de investimentos em obras.
THIAGO BETHÔNICO / Folhapress