SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diante do gargalo de carga que afeta o aeroporto de Guarulhos, a concessionária do terminal (GRU Airport) decidiu suspender, a partir desta quinta-feira (7), o recebimento de cargas secas internacionais.
Essa é uma das medidas tomadas para tentar desafogar a operação no aeroporto. Cargas secas são produtos não perecíveis, como roupas, eletrônicos, madeira e peças de automóveis, por exemplo.
Segundo a GRU Airport, a suspensão não afeta recebimento de malas de passageiros. A medida abrange mercadorias trazidas por transportadoras em aviões de carga, por exemplo. A concessionária diz ter avisado essas empresas com antecedência para que não embarcassem as cargas secas em voos com destino a Guarulhos.
De acordo com a concessionária, a suspensão não afeta a movimentação de cargas perecíveis, como fármacos e animais vivos. A medida vale até as 23h59 da próxima segunda-feira (11).
A GRU Airport afirma também que vem concedendo descontos tarifários para retirada de cargas aos sábados, domingos e feriados e que operacionalizou dois novos recintos para aumentar a capacidade de armazenagem.
Nesta semana, a concessionária já tinha dito que, para normalizar os serviços, havia contratado mais 135 colaboradores, que ficarão integralmente voltados para a operação de cargas.
Como mostrou a Folha em maio deste ano, o terminal de cargas do aeroporto, maior complexo logístico aeroportuário do Brasil, tem enfrentado gargalos para lidar com o aumento do volume de mercadorias.
Na última sexta-feira (1º), entidades que representam companhias aéreas enviaram uma carta ao governo na qual cobravam medidas para solucionar o gargalo de carga no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo as associações, há escassez de equipamentos utilizados para transporte de carga e bagagem. As entidades dizem que as companhias aéreas não conseguem esvaziar seus porões para acomodar malas e cargas das aeronaves que chegam e, por isso, passageiros têm de esperar um longo tempo para receber de volta as bagagens.
De acordo com as entidades, o tempo médio para a entrega da última mala do avião subiu de 45 minutos para 100 minutos (1h40) de espera.
A Anac diz ter solicitado à concessionária a adoção de providências imediatas para a solução do problema e que avalia as providências administrativas cabíveis.
Redação / Folhapress