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Agentes de imigração dos EUA usaram família de brasileira como isca para prendê-la, diz imprensa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Agentes da imigração dos Estados Unidos usaram familiares da brasileira Rosane Ferreira, 40, como isca para prendê-la em Worcester, no estado de Massachusetts, na última quinta-feira (8), segundo informações do site da Rolling Stone.

De acordo com a publicação, agentes do ICE, o serviço de imigração dos EUA, interceptaram duas filhas de 21 e 17 anos de Rosane, além do bebê de Augusta Clara, a filha mais velha, logo após elas deixarem a casa onde moravam com a mãe.

Na sequência, sempre segundo o veículo americano, Rosane recebeu um telefonema de uma das filhas, que pediu para ela sair da residência, dizendo que os agentes ameaçavam prender Augusta Clara. Na ligação, a jovem teria dito que a mãe precisava sair para pegar o recém-nascido, já que o ICE não poderia deixá-lo sob responsabilidade de um menor de idade.

Rosane saiu e foi presa pelos agentes na rua, em uma confusão que envolveu ao menos 25 pessoas e foi registrada em vídeo que circula nas redes sociais. Augusta Clara não foi detida.

A família vive nos Estados Unidos desde 2022. As regras do país não permitem que imigrantes sem documentos sejam presos dentro de casas, o que pode explicar a tática dos agentes em fazer com que Rosane saísse da residência para prendê-la em seguida.

O episódio gerou protestos em Massachusetts e ilustra a ofensiva do governo de Donald Trump contra imigrantes, uma das principais plataformas de campanha do republicano.

“Toda a família ainda está em choque, as vidas dessas meninas estão despedaçadas”, disse à Rolling Stone uma pessoa com conhecimento direto da situação.

Segundo relato de Augusta Clara, o companheiro dela foi detido pelo ICE na quarta-feira passada (7), véspera da prisão de Rosane, enquanto dirigia para o trabalho.

De acordo com Clara, o homem teria buzinado para um carro no trânsito. O veículo era uma viatura à paisana do ICE. Os agentes prenderam-no, foram até a residência de Clara e exigiram que ela assinasse documentos em um edifício de imigração no dia seguinte.

Quando ela saiu de casa para ir até o local indicado, na quinta-feira, os agentes a abordaram, e o episódio teria culminado na prisão da mãe.

“Estou hospedada com amigos, pois tenho muito medo de voltar para casa. Não consigo recuperar nenhum dos meus pertences e do meu bebê, e não consigo trabalhar devido à minha situação atual”, diz Augusta Clara, em mensagem obtida pela Rolling Stone.

O Departamento de Segurança Interna afirmou que a prisão da brasileira se justifica pelo fato de ela ser uma “criminosa violenta e imigrante ilegal”. Segundo o governo, Rosane já havia sido presa pela polícia local por “agressão e lesão corporal com arma perigosa” contra uma “vítima grávida”. Não foi possível confirmar essas informações de forma independente.

De acordo com a emissora afiliada da NBC em Boston, Augusta Clara diz que houve apenas uma disputa doméstica com a irmã de 17 anos. Registros públicos mostram que a suposta arma perigosa era um cabo de carregador de telefone.

Esta não foi a primeira abordagem de agentes do ICE que gerou críticas pela maneira como foi conduzida. Em março, a estudante turca Rumeysa Ozturk, da Universidade Tufts, foi detida por agentes mascarados e à paisana numa rua de Somerville, subúrbio de Boston, também em Massachusetts.

A cena foi registrada em um vídeo que se tornou viral. Na última sexta (9), um juiz federal ordenou sua libertação.

Redação / Folhapress

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