Agressão de deputado do PT e comportamento de bolsonaristas desmoralizam Congresso, diz Lira

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (21) esperar que os partidos políticos não fechem acordos para preservar de punição os deputados que participaram de agressões físicas e verbais durante a promulgação da reforma tributária.

Lira se referia ao tapa dado pelo deputado Washington Quaquá (PT-RJ) no rosto do deputado Messias Donato (Republicanos-ES) e às vaias de bolsonaristas contra a presença do presidente Lula (PT) na solenidade.

“Eu apelo sim pela dignidade política dos partidos envolvidos para que, depois desses atos de deputados que patrocinaram todo tipo de deselegância e atos de falta de decoro, não se tenha acordo no Conselho de Ética –como já houve em outros casos–, para se proteger PT e PL, principalmente, para proteger os que lá foram e lá estavam”, disse Lira em entrevista à GloboNews.

Para o presidente da Câmara, as brigas ofuscaram a histórica promulgação da reforma tributária.

“O fato ontem, claro, deprecia, desmoraliza, é ruim para o Parlamento. As imagens que ficam e que vão para o mundo são depreciativas […]. Eu não concordo com tudo que o presidente Lula defende e, nem por isso, nós nunca nos agredimos. Ele defende ideias diversas das nossas, mas a política é a arte de viver com contrários, a arte de conviver com pessoas nessa pluralidade partidária que a Câmara tem”, completou.

O Republicanos prepara uma representação contra Washington Quaquá para o Conselho de Ética. No documento, o partido vai pedir a cassação do mandato do parlamentar pela agressão cometida contra Messias Donato.

A agressão ocorreu enquanto o petista filmava deputados bolsonaristas que gritavam contra Lula. Quaquá trocou ofensas com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), com ataques homofóbicos.

Na sequência, Messias Donato puxou o braço do petista, em aparente tentativa de retirar o celular da mão do parlamentar. Em troca, Quaquá deu um tapa no rosto do deputado capixaba.

O deputado petistas disse à Folha que não se arrepende da agressão.

“E esse tal de Messias -que eu nem sei quem é–, que estava xingando o Lula, pega no meu braço, tenta tomar o meu telefone e me empurra. Ele toma um tapa no meio da cara. Dei um, dou dois, dou três, não tenho problema nenhum. Se me agredir, eu agrido eles. Estão acostumados a querer dar uma de machão, de bater nos outros, os bolsonaristas, comigo a porrada canta. Dei-lhe um tapa na cara, e um bem dado”, afirmou.

Durante a entrevista, Lira criticou o fato de lideranças partidárias buscarem acordos dentro do Conselho de Ética para evitar punições a parlamentares acusados de faltarem com o decoro parlamentar.

“Infelizmente aconteceu e eu espero, sinceramente, que os membros do Conselho de Ética ajam com o rigor necessário, porque existiram xingamentos de todos os lados, e o fato como aconteceu não deixa ninguém feliz”, continuou.

Lira ainda mencionou que se reunirá com líderes partidários nesta quinta para conversar, entre outras coisas, sobre os casos.

CÉZAR FEITOZA / Folhapress

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