PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – O nível da água baixou no Aeroporto Internacional Salgado Filho, na zona norte de Porto Alegre, mas áreas externas e de acesso ao terminal ainda apresentam pontos de alagamentos.
Vias da região como a avenida dos Estados seguiam com trechos inundados na manhã desta sexta-feira (31). O mesmo quadro era registrado no pátio do aeroporto. Esse cenário podia ser visto a partir de uma passarela que fica do lado de fora do Salgado Filho.
Com a redução do nível da enchente, também era possível observar que carros de locadoras próximas ao empreendimento foram atingidos pela água barrenta.
A concessionária Fraport, responsável pelo Salgado Filho, afirma que conseguiu acessar a pista do aeroporto recentemente, mas diz que “muitas áreas” seguem alagadas.
“Nossa expectativa é que na próxima semana consigamos iniciar os testes técnicos e de solo para avaliar o impacto na pista”, disse a empresa, que não autorizou a entrada da reportagem no aeroporto.
A companhia afirma que a água já deixou a parte interna do terminal e que está iniciando o trabalho de avaliação dos impactos no local.
“A equipe da Fraport está permanentemente dentro do terminal zelando pelo espaço e tomando as primeiras medidas de limpeza”, diz a concessionária.
O Salgado Filho paralisou pousos e decolagens na noite do dia 3 de maio devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul. O fechamento trouxe uma série de dificuldades para o transporte de pessoas e de mercadorias no estado.
Em uma tentativa de atenuar o quadro, arrozeiros cederam bombas para auxiliar na drenagem da água acumulada em regiões como a do aeroporto.
Os equipamentos entraram em operação no local no último sábado (25), de acordo com a Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul).
“O setor arrozeiro, através da experiência e dos equipamentos que possui, se prontificou a contribuir com a sociedade gaúcha na drenagem das águas”, disse o presidente da entidade, Alexandre Velho, em nota.
O Salgado Filho deve continuar interditado pelo menos até o dia 10 de agosto, segundo informação que consta em um Notam (aviso ao aviador, em tradução livre), documento emitido pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira).
Enquanto a reabertura não ocorre, a Fraport atua na operação de voos comerciais na base aérea de Canoas, na Grande Porto Alegre. A ação, que começou na segunda (27), tenta gerar algum alívio para o caos logístico criado pelas enchentes no estado.
Com a crise, a Fraport pediu para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) estudar o reequilíbrio econômico-financeiro do seu contrato. A informação foi negada pela empresa, mas confirmada pela agência reguladora.
“A Anac recebeu na terça-feira, 21 de maio, o pedido da Fraport Brasil para avaliação de reequilíbrio econômico-financeiro com vistas à recomposição de perdas decorrentes da inundação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após as fortes chuvas que acometeram o Rio Grande do Sul”, disse, em nota, o órgão.
LEONARDO VIECELI / Folhapress