BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Passados oito meses das eleições presidenciais, a cisão entre os irmãos Cid e Ciro Gomes permanece. Na última quinta-feira (22), o ex-presidenciável do clã discursou em um evento regional do PDT em favor da manutenção do deputado federal André Figueiredo na presidência da sigla no Ceará. O irmão Cid tem interesse no posto.
A desavença se deve ao fato de que o Ciro sentiu-se abandonado por Cid nas eleições no ano passado. O então candidato partiu para um estratégia de ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o PT, enquanto o senador trabalhava para manter a aliança com o ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT).
Ciro Gomes manteve-se afastado do debate público por sete meses, depois de amargar um quarto lugar na corrida presidencial. Em uma palestra na Universidade de Lisboa, retomou o tom crítico ao presidente Lula (PT) da época da campanha.
Ciro criticou no evento o teto de gastos e o arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que afirmou estar “completamente entregue à banqueirada”.
“O Brasil não tem projeto para nada. O [ex-presidente Jair] Bolsonaro é uma tragédia, mas, meu amor, cadê o projeto anterior que a gente tinha e não tem mais? Não tem mais projeto para nada.”
JULIANA BRAGA / Folhapress