Alaska Airlines ofereceu US$ 1.500 a passageiros após janela cair em pleno voo, diz jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Passageiros do voo da Alaska Airlines que perdeu o painel de uma janela a quase 5.000 metros de altitude na sexta-feira passada (5) receberam um email da companhia aérea horas depois oferecendo reembolso pela passagem e US$ 1.500 (cerca de R$ 7.300) “para ajudar com qualquer inconveniência”.

Reportagem do jornal The Washington Post afirma que, além da compensação financeira, a empresa também disponibilizou acesso a serviços de saúde mental e sessões de terapia na plataforma Empathia.

A compensação, contudo, acendeu o debate sobre qual seria a compensação justa para eventos como o ocorrido no Boeing 737 Max 9 —o avião foi forçado a realizar um pouso de emergência após o painel ter se rompido.

O caso fez com que as aeronaves do modelo fossem recolhidas para inspeção pelo órgão regulador do setor aéreo dos Estados Unidos, a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês). O movimento foi replicado em outros países.

O arquiteto Nicholas Hoch, 33, disse ao jornal americano que ainda não sabe qual será o efeito do incidente sobre sua saúde mental nas próximas semanas ou meses.

“Como eles calculam essas coisas? Como você chega a US$ 1.500?”, disse. “Eu e todos os outros passageiros deveríamos ter voz na forma como isso é calculado.”

Hoch disse que está avaliando saídas legais, mas também está ciente da dificuldade de vencer um caso contra uma empresa multimilionária repleta de advogados. “É ir contra uma máquina maior do que você”, disse.

O Departamento de Transportes, equivalente ao Ministério dos Transportes nos EUA, garante que as companhias aéreas cumpram seus serviços de atendimento ao cliente em caso de atraso de voo, cancelamento, perda de bagagem ou outros inconvenientes.

Os passageiros do voo 1282 tinham direito a esses benefícios porque a Alaska Airlines considerou o incidente um “problema controlável”, de acordo com o departamento.

Os passageiros afetados pela suspensão dos aviões Boeing 737 Max 9 também podem receber compensações pelo mesmo motivo nos EUA.

ALASKA E UNITED CANCELAM VOOS DO BOEING 737 MAX 9

A Alaska Airlines disse nesta quarta-feira (10) que cancelará todos os voos dos jatos Boeing 737 Max 9 até o sábado (13), enquanto conduz inspeções após uma explosão em painel da cabine na sexta-feira, que a Boeing sugeriu ter sido causado por um problema de controle de qualidade.

A FAA suspendeu no sábado passado 171 jatos Boeing instalados com o mesmo painel após o pouso de emergência do avião da Alaska Airlines, incluindo os 65 Max 9 da empresa, o que resultou no cancelamento de cerca de 20% de seus voos diários.

A United, outra operadora do 737 Max 9 dos EUA com 79 aviões em sua frota, disse separadamente que cancelou 167 voos do Max 9 nesta quarta e espera cancelamentos “significativos” para esta quinta (11) também.

A companhia aérea com sede em Chicago disse que é capaz de operar alguns voos planejados mudando para outros modelos de aeronaves. A United disse que ainda aguarda a aprovação final para o processo completo de inspeção dos jatos mantidos em terra.

A Alaska Airlines disse que ainda precisa de instruções revisadas de inspeção e manutenção da Boeing, que devem ser aprovadas pela FAA, antes de poder começar a pilotar os aviões novamente.

“Só retornaremos essas aeronaves ao serviço quando todas as descobertas forem totalmente resolvidas e atenderem a todos os padrões rigorosos da FAA e da Alasca”, disse a Alaska Airlines.

Redação / Folhapress

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