Alcolumbre se reúne com número 2 de Haddad, em gesto após derrubada do IOF

BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), recebeu o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, nesta quarta-feira (2), na primeira conversa desde a derrota do governo no Congresso, na semana passada.

Alcolumbre disse a aliados que o encontro foi importante para distensionar a relação com o governo, após a derrubada do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentava o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

Segundo relatos, Alcolumbre disse para Durigan que o respeita e que está sempre aberto ao diálogo e ao entendimento. O senador também classificou o encontro a pessoas próximas como bom e produtivo. A reunião durou cerca de uma hora e ocorreu na residência oficial do Senado.

Aliados de Alcolumbre afirmam que a agenda surgiu após uma ligação de Durigan. O senador teria respondido prontamente ao pedido de conversa, em um gesto de pacificação junto ao governo Lula -o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em Buenos Aires (Argentina) para o encontro do Mercosul.

Mais cedo, Durigan foi à Câmara dos Deputados para uma reunião organizada pelo deputado petista Rogério Correia (MG).

Durigan afirmou a jornalistas que não é tecnicamente possível aprovar uma proposta que preveja de maneira genérica que os incentivos fiscais vigentes serão reduzidos a partir da entrada em vigor da lei.

O aceno do presidente do Senado ao Ministério da Fazenda ocorre um dia depois da decisão do governo de recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a derrubada pelo Congresso do decreto do IOF.

Nesta terça (1º), o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a bancada está unida para garantir estabilidade na relação do governo com a Câmara dos Deputados.

O mal-estar gerado com o tensionamento após a derrota do governo na crise do IOF teria ficado no passado, segundo Guimarães.

O parlamentar disse também que pretende se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assim que ele retornar de Lisboa, onde participa do fórum jurídico conhecido como “Gilmarpalooza” por ser capitaneado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

“Sentaremos com ele, eu e a ministra Gleisi [Hoffmann, das Relações Institucionais], para buscarmos uma concertação em torno daquilo que é prioridade do governo.”

Na segunda (30), o governo bateu o martelo e decidiu que acionaria o STF para manter vigentes os decretos que mexeram nas alíquotas de IOF, ideia que circulava já durante a sessão de votação na Câmara.

Antes de isso ser feito, Alcolumbre e Motta foram avisados da decisão tomada, pois, segundo Guimarães, era necessário sinalizar que mesmo com briga, “temos respeito e lealdade”.

O líder do governo também defendeu que a judicialização do assunto não representa um desrespeito à decisão do Congresso, mas o exercício das prerrogativas do Executivo.

Apesar do discurso conciliatório, governistas têm inundado redes sociais com publicações reforçando a retórica da luta entre pobres e ricos, como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo.

Nesta terça, Haddad afirmou aguardar uma ligação de Motta. “Estou aguardando o retorno de uma ligação que fiz para ele na semana passada”, disse.

THAÍSA OLIVEIRA E FERNANDA BRIGATTI / Folhapress

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