BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente interino do PDT, deputado federal André Figueiredo (CE), defendeu nesta quinta-feira (10) a neutralidade do partido no segundo turno em Fortaleza. O atual prefeito, José Sarto (PDT), ficou em terceiro na disputa.
O deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Evandro Leitão (PT) se enfrentarão na segunda etapa das eleições. O primeiro é apoiado por Jair Bolsonaro (PL) e o segundo, por Lula (PT). Fernandes terminou em primeiro lugar, com 40,2% dos votos, ante 34,3% de Leitão. Eles foram seguidos de Sarto, com 11,8% e do ex-PM Capitão Wagner (União Brasil), com 11,4%.
Em nota divulgada nas redes sociais, Figueiredo diz que a neutralidade partidária “é a postura mais adequada” neste momento.
“Entendo que, no cenário atual, os dois candidatos que disputam o segundo turno representam caminhos que, por um lado, não estão alinhados aos princípios e bandeiras que defendo, e por outro, não agradam ao modelo de gestão que considero adequado para o Ceará e para a nossa capital”, disse.
Ele também afirmou: “Diante desse contexto, compreendo que a neutralidade partidária neste momento é a postura mais adequada, respeitando os posicionamentos individuais dos nossos integrantes, ressaltando que pessoalmente seguirei o alinhamento nacional do partido”.
Figueiredo é líder da maioria na Câmara e atuou na campanha do correligionário. Desde 2022, o PT e o PDT estão rompidos no estado. Nacionalmente, porém, são partidos aliados, com um representante na Esplanada de Lula, o ministro Carlos Lupi (Previdência).
No último domingo (6), o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) criticou o PT após votar. Naquele dia, disse esperar que o aliado fosse ao segundo turno, porque, caso contrário, seria “a esculhambação”.
“Se não, vamos para a esculhambação, para a negação da política. E aí no dia seguinte a gente faz uma catarse, esculhamba com tudo, e a cidade será administrada doravante como a subsecretaria da ditadura corrupta do PT no Ceará.”
O primeiro turno na capital cearense foi marcado por ataques entre os candidatos. Ao longo da campanha, Sarto teceu duras críticas ao candidato petista. No último debate, por exemplo, o pedetista chamou Leitão de “despreparado”, “almofadinha” e “candidato nutella”.
“Leitão não é Lula. Lula está lá em Brasília. Veja o que aconteceu há dois anos, quando diziam que o Ceará seria três vezes mais forte e elegeram o governador, que é um poste. Você não vai votar no Lula quando votar, você vai votar no prefeito”, disse.
Em outro momento, afirmou que a “incompetência do PT do Ceará” é responsável pelo aumento, entre outras coisas, da criminalidade no estado.
Em entrevista à Folha após o resultado do primeiro turno, Leitão disse esperar uma reaproximação com o PDT para fazer frente ao seu adversário.
“Temos divergências, isso é fato. Mas o que acredito que possa vir a nos aproximar seria nós estarmos aí verdadeiramente fazendo um enfrentamento à extrema direita, ao fascismo, ao bolsonarismo, que quer se instalar aqui na nossa cidade”, diz.
VICTORIA AZEVEDO / Folhapress
