LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) – Um nome chamou a atenção na lista de especialistas que apoiaram a decisão do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, de pedir mandados de prisão para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, seu ministro da Defesa e três líderes do Hamas: Amal Clooney, 46.
Advogada conhecida por defender causas ligadas a direitos humanos pelo mundo, ela fez parte do grupo procurado pelo TPI para avaliar se houve crimes de guerra e contra a humanidade nos ataques do 7 de Outubro e na consequente ofensiva militar israelense em Gaza.
Esse é apenas um na lista de casos importantes com os quais colaborou. Esteve envolvida na defesa de mulheres yazidis que sofreram estupros cometidos pelo Estado Islâmico e no julgamento do ditador sérvio, Slobodan Milosevic (1941-2006), por genocídio e crimes de guerra; representou o fundador do Wikileaks, Julian Assange; liderou uma força-tarefa para ajudar vítimas de crimes na Ucrânia cometidos pela Rússia.
Nascida no Líbano como Amal Alamuddin, aos 2 anos sua família fugiu da guerra civil em seu país natal para o Reino Unido. Estudou direito em Oxford e em Nova Iorque, é fluente em inglês, francês e árabe. Há 11 anos, a linha entre a prática do direito e a da fama se tornou tênue.
Em 2013, quando o ator George Clooney, 63, começou a ser visto ao lado de Amal, o mundo das celebridades se perguntou quem era a nova namorada do galã de Hollywood. Ele e Amal casaram-se em 2014, e ela adotou o sobrenome do marido. O casal tem filhos gêmeos.
“Quando George conheceu Amal, poderia escolher qualquer mulher. Conseguir se casar com o solteiro mais cobiçado do mundo mostra o apelo que ela tinha. O que chamou a atenção dele não foi apenas o sorriso, mas a mente brilhante dela,” disse à Folha de S.Paulo Dan Farrington, jornalista britânico especializado em celebridades que entrevistou o ator diversas vezes e já falou com Amal.
“O fato de ela ser uma grande advogada e ativista, que busca justiça em nível internacional -algo que também o interessa-, foi o que o atraiu. Diferentemente de muitos casais que são celebridades, Amal não é apenas uma companhia ou um troféu. É muito inteligente e tem uma carreira impressionante construída pelos próprios méritos.”
Por ser vista tanto em tribunais internacionais quanto em eventos de tapete vermelho com o marido, Amal, sem querer, virou ícone fashion, e as revistas de moda querem saber o que ela está vestindo. Ela não tem contas em redes sociais, não fala da vida privada, e o casal tenta manter uma vida discreta, dentro do possível.
Em 2016, os dois fundaram a Clooney Foundation for Justice, organização que dá assessoria legal gratuita para vítimas de abusos e de violação de direitos humanos em mais de 40 países.
Para Octávio Ferraz, professor titular da Faculdade de Direito do King’s College, de Londres, a fama do marido contribui para aumentar o interesse público nos casos em que Amal está envolvida.
“A atuação dela nessas causas ajuda a dar visibilidade, claro, e isso é muito positivo”, afirmou. “O fato de ela ter a coragem de colocar seu nome em uma causa que atrai tanta represália e hostilidade irrefletida é também admirável.”
MARINA IZIDRO / Folhapress