Ambientalistas jogam tinta em Stonehenge em protesto contra combustíveis fósseis

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ativistas ambientais borrifaram tinta no monumento Stonehenge, na Inglaterra, nesta quarta-feira (19). Imagens transmitidas online pelo grupo que organizou o protesto mostram marcas laranjas cobrindo algumas das pedras da estrutura megalítica pré-histórica mais famosa do planeta.

Duas pessoas foram presas sob suspeita de danificar o monumento, disse a polícia local em um comunicado.

Em um vídeo divulgado pelo grupo ambiental Just Stop Oil, dois manifestantes correm em direção a duas rochas de Stonehenge e lançam tinta, enquanto outras pessoas tentam impedi-los.

O monumento no sul da Inglaterra é um Patrimônio Mundial da Unesco e um dos pontos turísticos mais visitados do Reino Unido.

Nas redes sociais, a ONG afirmou que a tinta usada é feita de amido de milho e se dissolverá com a chuva, ‪”mas a necessidade urgente de ações governamentais efetivas para mitigar as consequências catastróficas das crises climática e ambiental não irá [desaparecer]”.‬

O grupo ambientalista Just Stop Oil ganhou destaque nos últimos anos por protestos que envolvem o fechamento de estradas, a interrupção de eventos culturais e esportivos e a intervenção em obras de arte famosas. Ativistas da entidade jogaram sopa em pó em pintura de Van Gogh em outubro de 2022.

A ONG quer que o governo britânico apoie a criação do Tratado de Não Proliferação dos Combustíveis Fósseis e encerre a extração e a queima de petróleo, gás e carvão até 2030.

O objetivo do tratado, que vem de uma iniciativa da sociedade civil, seria interromper a exploração e expansão de combustíveis fósseis e eliminar gradualmente a produção existente, em linha com as metas do Acordo de Paris e com uma transição justa para as energias renováveis.

“Isso é extremamente triste e nossos curadores estão investigando a extensão dos danos”, disse no X a English Heritage, instituição de caridade que administra Stonehenge, acrescentando que o local permanece aberto para visitação.

A manifestação antecede o solstício de verão no hemisfério norte, quando milhares de turistas visitam o monumento, que se alinha com o sol nessa data. O monumento foi construído em etapas entre aproximadamente 3.000 a.C. e 2.300 a.C.

“Essas pedras estão aqui há 5.000 anos. Como estará o mundo daqui a 5.000 anos? Qual será o nosso legado?”, disse Liahm Lynch, 21, estudante da Universidade de Oxford que participou da manifestação, em um vídeo publicado pela Just Stop Oil.

“Está ficando cada vez mais claro que ou nós acabamos com a era dos combustíveis fósseis ou a era dos combustíveis fósseis acaba conosco”, afirmou.

O outro ativista foi identificado pela ONG como Rajan Naidu, 73. “Precisamos agir e implementar as medidas que já deveriam ter sido tomadas há muito tempo. Precisamos de um Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis e precisamos dele agora”, afirmou, em outro vídeo publicado pela organização.

O primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, denunciou “um vergonhoso ato de vandalismo contra um dos monumentos mais antigos e importantes do Reino Unido e do mundo”.

O governo Sunak endureceu a lei do direito de manifestação na tentativa de impedir a atuação de grupos como o Just Stop Oil.

O líder trabalhista Keir Starmer, favorito para se tornar primeiro-ministro após as eleições de 4 de julho, também criticou a forma como a organização ambientalista atua.

Redação / Folhapress

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