Ambiente não é mais coisa de ‘bicho-grilo’, e jovens devem conhecer a amazônia, não Disney, diz Lula

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o turismo como uma forma de preservar as florestas do país.

“Queremos dar consciência para a sociedade brasileira de que a questão ambiental não é mais uma questão de ativista, não é mais uma questão universitária, não é mais uma questão de —como se dizia antigamente— bicho-grilo”, afirmou nesta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente.

O presidente defendeu que, tal qual existe o turismo a museus da Europa, é necessário criar uma política de turismo para as matas brasileiras.

“A nossa juventude, os estudantes, muitas vezes, pegam um avião, passam por cima da amazônia e vão ver a Disney, vão ver outra coisa… quando a gente poderia fazer dessa riqueza que a humanidade tem hoje uma coisa extraordinária, para desenvolver economicamente os estados do Norte do país, porque eles não querem ser eternamente extrativistas”, disse.

“Como o coração só sente aquilo que a gente enxerga, é importante que a gente crie condições de fazer com que nossos jornalistas, nossos empresários, nossos estudantes, nossos viajantes, conheçam a amazônia”, completou.

Nesta quarta, o governo lançou uma série de iniciativas ambientais, incluindo a criação de duas novas unidades de conservação, uma no Amazonas e outra na Bahia.

“Tem gente que fica com raiva quando a gente faz um decreto deste. Tem muita gente que acha que era preciso passar uma motosserra para acabar com a floresta —quando hoje está claro que manter a floresta em pé e bem cuidada pode ser tão rentável para os estados e os povos que moram na floresta do que qualquer outro investimento”, disse.

Lula afirmou, então, que é necessário mudar essa compreensão acerca do meio ambiente, fazendo uma opção diferente sobre o uso da floresta, para evitar tragédias socioclimáticas, como a do Rio Grande do Sul.

O governo divulgou novos dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais) que mede alertas de desmatamento e é usado para orientar ações de fiscalização.

Os números indicam não só uma nova queda na amazônia, mas que o ritmo da destruição começa arrefecer também no cerrado —bioma no qual, até aqui, o governo enfrenta dificuldades com suas políticas ambientais.

Durante todo o ano de 2023, em comparação com 2022, houve um aumento de 43,6% nos alertas de desmate no cerrado. Agora, eles começam a cair.

Houve redução de 8% no compilado dos quatro primeiros meses do ano de 2024, em comparação o mesmo período no ano anterior. A queda aumentou para 12,9% no agrupado dos cinco primeiros meses —indicando, portanto, que a destruição desacelerou.

JOÃO GABRIEL / Folhapress

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