SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O antigo Teatro Alfa, no bairro de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, será reaberto em novembro de 2025 com novidades tecnológicas, como uso de inteligência artificial para atendimento aos clientes e refletores que seguem automaticamente os artistas.
Avaliado em R$ 6,8 milhões, o retrofit do espaço está previsto para começar em janeiro. Entre as mudanças estão troca de carpetes, novo projeto de iluminação, decoração atualizada e reforma da bilheteria, dos camarins, dos banheiros e da área técnica, além da modernização dos equipamentos cênicos.
O teatro, que já recebeu as principais companhias de dança do Brasil e do exterior, fechou as portas em 2022 após o terreno que incluía o Hotel Transamérica ser comprado pela incorporadora KSM Reality junto à Reality Properties e a BTG Pactual Asset.
O local passa por uma ampla reforma e abrigará um clube de luxo, o Beyond The Club, que oferecerá aos sócios atrativos como uma praia artificial com orla de areia e ondas para surfistas, quadras esportivas, restaurantes, bares, academia, spa e lojas.
O teatro, com gestão da Aventura, dos empresários Aniela Jordan e Luiz Calainho, fará parte desse complexo, mas terá acesso aberto ao público e não apenas aos sócios do clube.
“Será uma megarreforma para entregarmos de volta o espaço em um nível de altíssima excelência”, disse Calainho em evento de apresentação do projeto, na última quinta-feira. O local é provisoriamente chamado de Aventura Hall, mas fará uso de “naming rights”, ou seja, vai adotar o nome de um patrocinador ainda não anunciado.
É o primeiro teatro administrado pela Aventura em São Paulo –no Rio, a produtora de espetáculos musicais e gestora de equipamentos culturais é responsável pelos teatros Riachuelo, Adolpho Bloch e Ecovilla Ri Happy.
Na capital paulista, o grupo toca, em parceria com a Arte & Atitude, a Arena B3, um espaço cultural no prédio onde aconteciam os conhecidos pregões da Bovespa e que hoje é sede da bolsa de valores B3.
“Eu sou otimista, acredito. Jogo para o universo e as coisas realmente acontecem. O pensamento tem uma força muito poderosa, mas, no meu melhor sonho, não imaginava que teríamos o privilégio de reabrir e gerir esse lugar”, diz Calainho.
A sala principal do antigo Alfa, com 1.110 lugares, receberá shows, concertos, espetáculos de dança e peças de teatro, além de eventos corporativos. A segunda sala, com 204 lugares, chamada pelos novos gestores de Aventura Family Hall, terá como foco o público infantil e incluirá um espaço para ateliês e oficinas formativas.
Fernando Guimarães, diretor do teatro durante 25 anos, foi contratado para voltar ao cargo na nova fase do espaço cultural. “Eu saí bem triste, mas a gente sempre pensa que as coisas vão melhorar, que vai ter algo bom lá na frente”, afirma sobre o fechamento do teatro.
Aniela Jordan tem intimidade com o espaço, que já recebeu muitas produções artísticas que liderou. Segundo ela, sempre foi um teatro parceiro dos produtores, usado como exemplo nos outros endereços administrados pela Aventura.
“Eu pretendo que ele continue com esse espírito. É o melhor teatro de São Paulo, sem dúvida nenhuma”, diz.
Desde a inauguração, em 1998, o antigo Alfa realizou mais de 8.000 apresentações nacionais e internacionais para 3,6 milhões de pessoas.
CRISTINA CAMARGO / Folhapress