SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de mortos em um deslizamento de terra causado pelas fortes chuvas que assolam desde sexta-feira (11) a cidade de Xian, no noroeste da China, chegou a 21 neste domingo (13), informaram as autoridades, acrescentando que há seis desaparecidos.
A catástrofe acontece num período em que o país enfrenta um volume de chuvas no verão excepcionalmente alto, e vem lidando, nas últimas semanas, com a passagem de dois tufões, o Doksuri e o Khanun, que deixaram um rastro de destruição e mortes e ainda influenciam o clima.
Um vídeo divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua mostrou árvores quebradas e escombros se acumulando ao longo de estradas lamacentas em um vilarejo de Xian, com casas e infraestrutura danificadas ou destruídas. O deslizamento de terra destruiu duas casas e cortou a energia de 900 residências, informou a autoridade de gerenciamento de emergências.
O tufão Khanun causou danos no Japão e na Coreia do Sul há alguns dias, mas perdeu força ao atingir a província de Liaoning, na região nordeste da China, na sexta à noite. De todo modo, a precipitação em Liaoning atingiu um pico de 52 mm por hora, com quatro reservatórios em vias de transbordar.
As chuvas ainda apresentam riscos de inundação para cidades baixas, incluindo Anshan, de onde 17.859 pessoas foram retiradas de suas casas, de acordo com a CCTV, o canal de televisão estatal.
A Sede Estatal de Controle de Enchentes e Alívio da Seca da China e o Ministério de Gerenciamento de Emergências realizaram uma reunião neste domingo para discutir medidas de prevenção de enchentes e resposta a emergências em províncias gravemente afetadas, como Liaoning, Shaanxi, Tianjin e Chongqing, informou a CCTV.
O tufão Khanun assolou o país quando ele estava se recuperando do impacto do tufão Doksuri, que atingiu o norte da China com chuvas torrenciais e inundações depois de afetar a costa, no fim de julho.
Somente na capital, Pequim, 33 mortes foram confirmadas na passagem do Doksuri, que provocou as chuvas mais intensas no país em 140 anos, segundo autoridades.
Afora isso, temperaturas mais altas alimentam um forte clima para chuvas em muitas partes do país, em meio a um verão excepcionalmente úmido.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Chuvas e temperaturas incomuns também têm atingido outras partes da China. Segundo as autoridades, ao todo 147 pessoas morreram ou desapareceram em julho devido a catástrofes naturais, não necessariamente relacionadas ao Doksuri.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.
A Ásia foi o continente mais afetado, contabilizando mais de 3.400 desastres nesse período, responsáveis por quase 1 milhão de mortes.
Redação / Folhapress